Drones para proteger nossas comunidades da malária

Drones para proteger nossas comunidades da malária

A malária continua a ser um grave problema de saúde pública em Moçambique, afectando milhões de vidas e limitando o potencial de desenvolvimento socioeconómico.  Em 2024, foram diagnosticados mais de 11,6 milhões de casos, resultando em 66.816 internamentos e 358 mortes evitáveis. Estes números não são apenas estatísticas – são histórias de sofrimento e perda que se repetem diariamente. Embora a transmissão seja contínua, há registo de picos sazonais durante e após a época chuvosa (Dezembro à Abril), Em cada estação chuvosa, pequenas poças de água parada tornam-se locais de reprodução para os mosquitos transmissores da doença. 

Para enfrentar este problema, o Programa Nacional de Controlo da Malária (PNCM), em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros, lançou uma iniciativa inovadora que utiliza drones equipados com inteligência artificial estão a ser utilizados para identificar e mapear os locais larvais a partir do ar.  

O sistema de mapeamento e navegação dos locais de reprodução permite aos técnicos localizar, aceder e tratar esses locais de forma mais rápida, segura e eficaz.  

A iniciativa é implementada com o apoio da UNITAID, sublinhando a importância da inovação e da tecnologia para acelerar o progresso rumo ao controlo e eliminação da malária em Moçambique.  

De acordo com o PNCM, o projeto piloto já alcançou marcos importantes. Os bairros prioritários de Matola — incluindo Mussumbuluco, Malhampsene, Matola C e Matola D — já foram mapeados, e camadas de informação geográfica (SIG) foram produzidas para vigilância de base. A primeira campanha de aplicação de larvicidas está prevista para decorrer a partir do 8 de dezembro de 2025, após a autorização de voo concedida a 3 de novembro de 2025. O PNCM validou a formulação do larvicida para um uso seguro e direcionado. Materiais de comunicação, incluindo folhetos informativos e cartazes, foram desenvolvidos, e um plano de visibilidade abrangente foi aprovado. Além disso, profissionais-chave — incluindo entomologistas, técnicos nacionais de drones, pulverizadores e mobilizadores comunitários — estão a trabalhar em conjunto para garantir a implementação bem-sucedida das atividades. 

A operação decorre em várias etapas. Os drones sobrevoam mensalmente as áreas designadas para capturar imagens e mapear potenciais locais de reprodução de mosquitos. As imagens são depois analisadas com o apoio da inteligência artificial para identificar águas paradas onde os mosquitos podem reproduzir-se. As equipas terrestres são posteriormente orientadas através de um sistema de navegação baseado em aplicação móvel para chegar a esses locais e aplicar larvicidas ambientalmente seguros, aprovados pelo MISAU e pela OMS. Estas atividades incidem apenas sobre águas estagnadas ou contaminadas e não afetam fontes de água potável. Todos os produtos utilizados foram testados e comprovados como seguros para as pessoas, os animais e o meio ambiente.

A participação comunitária é essencial para o sucesso desta iniciativa. Os residentes são incentivados a acolher as equipas de drones e de terreno durante as suas visitas, a manter os recipientes de água tapados e o ambiente limpo, e a comunicar qualquer acumulação anormal de água ao agente de saúde local.

“Esta iniciativa demonstra como a inovação pode ajudar-nos a avançar rumo à eliminação da malária”, declarou Dr. Severin von Xylander, Representante da OMS em Moçambique. “Estamos orgulhosos de apoiar o Governo de Moçambique na utilização de tecnologia de ponta para proteger vidas.”

Os drones podem cobrir até 10 quilómetros quadrados por dia, e cada local tratado pode evitar que milhares de mosquitos atinjam a fase adulta. A aplicação de larvicidas continua a ser uma das abordagens mais eficazes e sustentáveis para o controlo da malária, e este projeto demonstra como a tecnologia pode transformar as intervenções tradicionais de saúde pública.

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