Angola recebe 2 milhões de vacinas contra a cólera num momento decisivo da resposta ao surto
Luanda, 4 de Julho de 2025 – Com o número de casos de cólera a registar uma tendência de redução sustentada e sem óbitos reportados nos últimos dias, Angola recebeu hoje 2 milhões de vacinas orais contra a cólera, num esforço conjunto entre o Ministério da Saúde, a Gavi – Aliança Global para as Vacinas, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a UNICEF, União Europeia e outros parceiros do sector da saúde.
A cerimónia oficial de recepção das vacinas decorreu esta tarde, em Luanda, e marcou um novo capítulo na resposta nacional ao surto que assola o país desde Janeiro deste ano.
“Estamos a viver um momento crucial na luta contra a cólera. A chegada destas vacinas fortalece a nossa resposta integrada, permitindo actuar com maior eficácia nos municípios com focos activos e proteger preventivamente as populações em risco. As vacinas contra a cólera não são uma solução isolada, mas um instrumento poderoso, utilizado no momento certo, em articulação com outras medidas sanitárias,” declarou a Ministra da Saúde de Angola, Dra. Sílvia Lutucuta.
Segundo dados actualizados das autoridades sanitárias o país acumula, até hoje, desde Janeiro, 27.187 casos e 761 óbitos. O número de casos tem vindo a diminuir nas últimas semanas, reflectindo o impacto das acções de resposta já em curso.
As vacinas orais Euvichol-S, de dose única, serão administradas a pessoas com um ano de idade ou mais, em municípios prioritários das províncias da Cabinda, Cuanza Sul, Huíla, Lunda Norte, Namibe e Zaire, onde ainda se verifica transmissão activa da doença. A selecção dos municípios foi feita com base em análises epidemiológicas diárias conduzidas pelas autoridades sanitárias.

“Temos assistido a uma redução significativa no número de casos e, felizmente, sem registo de mortes nos últimos dias. Agora, as vacinas chegam para permitir o controlo final do surto, mas devem ser acompanhadas de medidas complementares como o acesso à água potável, saneamento seguro, tratamento adequado e educação comunitária,” sublinhou o Dr. João Rangel de Almeida, Gestor de Incidentes de Cólera da OMS em Angola.
A entrega das vacinas foi possível graças ao mecanismo internacional de alocação coordenado pelo Grupo Internacional de Coordenação (ICG), com apoio técnico e logístico dos parceiros da saúde em Angola.