62ª Sessão do Comité Regional da OMS para África tem início em Luanda, Angola

62ª Sessão do Comité Regional da OMS para África tem início em Luanda, Angola

Luanda, 19 de Novembro de 2012 -- A sexagésima segunda sessão do Comité Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África foi oficialmente aberta no Centro de Conferências do Hotel Telatona, em Luanda, Angola, pelo Vice-Presidente de Angola, sua Excelência, o senhor Manuel Vicente.

O evento de cinco dias atraiu mais de 350 delegados. Entre os presentes na sessão de abertura, encontravam-se os ministros do governo de Angola; ministros da saúde e chefes de delegação dos Estados Membros da Região Africana da OMS; o Director Regional da OMS para África, Dr. Luis Gomes Sambo; representantes da Comissão da União Africana; membros do corpo diplomático; e representantes das agências das Nações Unidas e de organizações não governamentais.

No seu discurso dirigido ao Comité Regional, o Vice-Presidente de Angola, sua Excelência, o senhor Manuel Vicente, deu as boas vindas aos delegados e relembrou que esta reunião se está a realizar num momento em que a saúde é reconhecida como um elemento fundamental para o desenvolvimento socioeconómico. Afirmou que o desenvolvimento de qualquer sociedade inclusiva, democrática, progressiva e promotora de bem-estar exige um sistema de saúde eficaz e que as autoridades angolanas atribuem sempre especial importância aos cuidados de saúde pública nas políticas nacionais de desenvolvimento.

Realçando o alargamento das redes periféricas de saúde e os serviços especializados, afirmou: “Precisamos de melhorar continuamente a qualidade e assegurar a equidade ao acesso universal a serviços de saúde integrados por parte de todos os cidadãos, sem excepção, ao longo de toda a sua vida.” Acrescentou que os sistemas de saúde deverão ser mais sólidos e capacitar as pessoas para que tomem medidas preventivas, de modo a evitar o início ou o agravamento de doenças, e para adoptarem estilos de vida mais saudáveis. Estes sistemas deverão centrar-se na prevenção, diagnóstico, tratamento e deverão satisfazer, de forma holística, as expectativas e preferências das pessoas.

O Vice-Presidente salientou os esforços conduzidos pelo governo de Angola neste campo e deu especial relevância ao facto de que os recursos financeiros estão a ser afectados à prestação de cuidados primários de saúde a nível municipal. No que toca à necessidade de recursos humanos qualificados para a saúde, declarou que o governo angolano tem um plano nacional para 2013-2020, destinado a colmatar essa falha, o que permitirá que o país possa ultrapassar a actual insuficiência de apenas 2 médicos por cada 10 000 habitantes.

O Vice-Presidente Vicente realçou que a colaboração entre os diferentes sectores, incluindo a educação, a energia, o saneamento, a segurança alimentar, entre outros, é vital para reduzir a mortalidade materna e infantil, prevenir e controlar as doenças transmissíveis e não transmissíveis, bem como os surtos. Referiu que a actual colaboração entre os vários sectores e os parceiros de desenvolvimento em Angola está a contribuir para erradicar a poliomielite no país. Relembrou os delegados que, em reconhecimento da importância de uma resposta eficaz a emergências de saúde pública, as autoridades angolanas contribuiram para o Fundo Africano para as Emergências de Saúde Pública.

Dirigindo-se aos delegados em nome da Directora Geral da OMS, Dr. Margaret Chan, o Director Regional da OMS para África, Dr. Luis Gomes Sambo, expressou a sua gratidão, em nome dos Estados Membros e dos seus representantes, ao Presidente, ao Governo e ao povo de Angola pela hospitalidade e facilidades concedidas para a realização do Comité Regional. Apresentou uma panorâmica da situação sanitária na Região, observando que os países têm alcançado progressos na saúde ao longo das últimas décadas e que esta tendência deverá manter-se, com incidência nos cuidados de saúde primários – (uma abordagem em que os cuidados essenciais de saúde, com base em métodos e tecnologias práticos, cientificamente rigorosos e socialmente aceitáveis possam ser acessíveis a todos, através da sua total participação, e pouco dispendiosos).

O Director Regional afirmou: “A abordagem dos cuidados de saúde primários tem constituido uma verdadeira revolução da saúde pública, permitindo uma participação comunitária mais alargada, uma formação e uma distribuição dos recursos humanos e melhorando o acesso às tecnologias de saúde, assim como a medicamentos essenciais e vacinas”.

O Dr. Sambo chamou a atenção para as novas oportunidades existentes com vista a reformas de saúde mais eficazes, tendo em conta o crescimento económico em África e a necessidade de satisfazer as opiniões e as expectativas das comunidades e organizações populares, a nível da tomada de decisões, bem como no reforço do diálogo inter-sectorial, através da liderança dos ministros da saúde.

O Director Regional realçou os progressos realizados na disponibilização de vacinas, para proteger cerca de 500 milhões de pessoas expostas à epidemia da meningite no Sahel, fornecendo o acesso a medicamentos antiretrovirais a 6,1 milhões de pessoas infectadas com o VIH/SIDA e reduzindo o número de casos de polio em 66%. Propôs a criação de uma Agência Africana de Medicamentos para reforçar a indústria farmacêutica em África. Afirmou que, apesar destes progressos, o VIH/SIDA, a tuberculose, o paludismo, algumas epidemias recorrentes e a mortalidade materna e infantil continuam a constituir preocupações de saúde pública e de desenvolvimento.
Expressou o desejo de que esta reunião formule recomendações e planos de acção concretos, que possam contribuir para melhorar a saúde das pessoas na Região Africana.

Entre as várias questões contempladas na agenda, encontram-se a prevenção e o tratamento do VIH; a promoção da saúde; os direitos de saúde e direitos humanos; o 12º Programa Geral de Trabalho da OMS – (o plano de trabalho da OMS para os próximos dois anos); o projecto do Orçamento-Programa da OMS para o biénio 2014-2015; um roteiro para reforçar a força de trabalho de saúde na Região, para uma melhor prestação de serviços; a implementação do Regulamento Sanitário Internacional na Região Africana; o reforço dos sistemas nacionais de informação sanitária; e a optimização das iniciativas mundiais de saúde já existentes, com vista ao reforço dos sistemas nacionais de saúde na Região Africana. Está prevista a realização de um painel de discussão sobre Medicina Tradicional, assim como reuniões paralelas acerca de novas vacinas, VIH/SIDA, tuberculose, paludismo e parcerias para a saúde.

A Região Africana da OMS é composta por 46 países e o Comité Regional é um dos órgãos directivos da Organização que analisa as actividades da OMS na Região e fornece orientações para acções que melhorem a situação sanitária nos Estados Membros.
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Sexagésima segunda sessão do Comité Regional da OMS