Cabo Verde reforça sistema de registo de óbitos com apoio da OMS
Durante um workshop de dois dias na cidade da Praia, a Direção Nacional de Saúde e a OMS Cabo Verde reuniram profissionais de várias áreas para rever o processo de registo de óbitos no país, com vista a propor melhorias na qualidade e modernização dos dados de mortalidade.
O objetivo do workshop foi rever o processo de certificação de óbitos e notificação das causas de morte: analisar o registo de mortalidade, as estatísticas de saúde e o sistema de registo civil e estatísticas vitais, incluindo a utilização da Classificação Internacional de Doenças - processos, procedimentos e sistemas de informação, elaborar um plano de implementação para a melhoria da certificação de óbitos e notificação das causas de morte, garantir a capacidade nacional em termos de sistemas de informação, reforçar a formação dos profissionais de saúde na utilização dos instrumentos de certificação de óbitos, notificação e análise das causas de morte: realizar acções de formação de formadores, para posterior formação em cascata a nível nacional, reforçar os equipamentos informáticos de apoio ao processo de certificação de óbitos e notificação de causas de morte, melhorando a qualidade das estatísticas vitais e apoiando a tomada de decisão em saúde pública, numa iniciativa que conta com a participação de técnicos nacionais e dois consultores da Organização Mundial de Saúde (OMS).
"Os óbitos, os nascimentos e as causas de morte não são apenas números, são a força vital dos decisores políticos. O registo de nascimento é de importância crucial para garantir que cada criança tenha uma identidade e é também o principal denominador para as estimativas que fazemos sobre a mortalidade." Benson Droti, perito da OMS.
Valéria Semedo, médica do Centro de Informação e Decisão (CID), disse que
“o processo de Cabo Verde já permite a produção de estatísticas, mas queremos torná-lo ainda mais eficaz e com dados de maior qualidade”, explicou."
Entre as recomendações debatidas no workshop, destacam-se a necessidade de formação contínua dos profissionais de saúde, a adoção da Classificação Internacional de Doenças versão 11 (CID-11) e a informatização do sistema para garantir um acesso mais rápido e fácil aos dados.
Destacou também a importância da interconectividade entre as instituições nacionais e internacionais, especialmente quando se trata de acompanhar os casos da diáspora.
"Muitas vezes perdemos o rasto dos doentes enviados para o estrangeiro. Um sistema informatizado e interoperável pode resolver este problema", sublinhou.
Em colaboração com consultores da OMS, uma equipa técnica irá consolidar as recomendações e elaborar um plano de ação para implementar melhorias no sistema de mortalidade.
"A expetativa é que este plano seja efetivamente implementado com acompanhamento e responsabilização dos intervenientes. Esta é uma questão prioritária para a Direção Nacional de Saúde", concluiu Semedo