Reforço dos serviços de saúde mental em contextos de emergência em África

Reforço dos serviços de saúde mental em contextos de emergência em África

Brazzaville – Em resposta às crescentes necessidades em matéria de saúde mental desencadeadas por emergências de saúde pública ou catástrofes naturais na Região Africana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está a trabalhar em estreita colaboração com os países para integrar a saúde mental e o apoio psicossocial em todas as etapas da resposta a emergências, com o objectivo de, até 2030, pelo menos 80% dos países disporem de sistemas funcionais de saúde mental e de apoio psicossocial.

Na Região Africana, o acesso aos serviços de saúde mental em contextos de emergência continua a ser extremamente baixo. Entre 2020 e 2025, apenas 11 dos 47 Estados-Membros incorporaram a saúde mental e o apoio psicossocial (MHPSS) nos seus planos nacionais de preparação para catástrofes e de redução de riscos. Apenas cinco países implementaram serviços abrangentes de saúde mental ao nível dos cuidados de saúde primários e apenas dez têm rubricas orçamentais dedicadas à saúde mental. A despesa pública mantém-se abaixo dos 0,50 dólares per capita – muito aquém do que é necessário para satisfazer a procura crescente e desenvolver sistemas resilientes.

África regista anualmente mais de 100 grandes eventos de saúde pública, incluindo surtos de Ébola, cólera, sarampo, além de conflitos armados. Estas emergências não só afectam os frágeis sistemas de saúde, como também provocam um sofrimento psicológico generalizado. A OMS estima que uma em cada cinco pessoas afectadas por emergências desenvolverá um problema de saúde mental. Caso não haja um apoio atempado, estas condições podem agravar o sofrimento e dificultar a recuperação.

“As emergências não ameaçam apenas a saúde física – deixam marcas persistentes no bem-estar mental”, afirmou o Dr. Mohamed Janabi, Director Regional da OMS para a África. “Temos de garantir que os serviços de saúde mental estão disponíveis antes, durante e depois das catástrofes, uma vez que estes serviços são uma tábua de salvação.”

Estão a ser envidados esforços para aumentar os serviços de saúde mental através da formação, do reforço dos sistemas e do envolvimento da comunidade. Na Etiópia, por exemplo, em resposta à crise humanitária no norte do país, foram formados 1230 profissionais de saúde geral, com recurso ao Guia Humanitário de Implementação do Programa de Acção para Reduzir as Lacunas na Saúde Mental (mhGAP). Nos seis meses subsequentes à formação, registou-se um aumento consistente na utilização dos serviços de saúde mental nas regiões de Afar, Amara e Tigré.

Durante o surto da doença de Marburgo que ocorreu na Tanzânia em 2023, 72 funcionários da segurança social receberam formação para prestar apoio de emergência em matéria de saúde mental, tendo sido prestado aconselhamento e cuidados a mais de 1400 pessoas. No Chade, a saúde mental e o apoio psicossocial são um pilar fundamental da preparação para emergências, tendo beneficiado, até em Março de 2025, mais de 19 000 pessoas.

Estes exemplos servem de referência para alargar o acesso e criar resiliência em matéria de saúde mental em todo o continente.

A OMS continua a trabalhar em estreita colaboração com os governos, os parceiros e as comunidades para garantir que seja atribuída prioridade à saúde mental – não apenas em tempos de crise, mas enquanto alicerce da saúde e do bem-estar para todos.

“O acesso aos cuidados de saúde mental é uma questão de dignidade, resiliência e recuperação”, afirma o Dr. Janabi. “Estamos empenhados em ajudar os países a criarem sistemas que protejam o bem-estar mental e não deixem ninguém para trás.”

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