Missão técnica da OMS apoia estratégias de prevenção e controlo da resistência antimicrobiana em Angola

Missão técnica da OMS apoia estratégias de prevenção e controlo da resistência antimicrobiana em Angola

Angola reforçou a capacidade institucional da resposta nacional à resistência antimicrobiana (RAM) através de uma missão técnica conjunta organizada pelo Ministério da Saúde, com apoio especializado da Organização Mundial da Saúde (OMS), envolvendo especialistas da Sede, do Escritório Regional para África e do Escritório da OMS em Angola. 

Realizada de 18 a 20 de Novembro, a missão avaliou os progressos nacionais, identificou lacunas críticas e apoiou a definição de um plano estratégico para fortalecer a vigilância, prevenção e controlo da RAM. A iniciativa decorreu no âmbito da Semana Mundial da Consciencialização sobre a RAM (18-24 de Novembro), cujo lema de 2025 ‘‘Vamos agir agora. Juntos, protejamos o presente. Cuidemos do nosso futuro’’ reforça o apelo global à acção coordenada.

A RAM é reconhecida como uma das dez maiores ameaças globais à saúde. Em 2019, infecções resistentes causaram cerca de 1,27 milhões de mortes e estiveram associadas a quase 5 milhões de óbitos. Segundo o Relatório Global de Vigilância da Resistência a Antibióticos 2025, uma em cada seis infecções bacterianas no mundo, e uma em cada cinco na Região Africana, apresentou resistência aos antibióticos em 2023. Entre 2018 e 2023, registou-se um aumento global de 40% na resistência antimicrobiana.

A missão apoiou igualmente Angola na análise do alinhamento com compromissos internacionais, nomeadamente a Declaração Política sobre RAM adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2024, que estabelece metas até 2030: reporte de dados de alta qualidade ao GLASS, capacidade para testar todos os patógenos bacterianos e fúngicos prioritários em pelo menos 80% dos países e redução global de 10% das mortes associadas à RAM bacteriana.

Como parte central da missão, foram realizadas visitas de campo e um workshop consultivo nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS), Direcção Nacional de Saúde Pública (DNSP), Agência Reguladora de Medicamentos (ARMED) e Direcção Nacional dos Hospitais, com apoio técnico da OMS, da FAO, da WOAH e do Centro Colaborador da OMS  ‘‘Uma Só Saúde”. Esta parceria técnica cobre a vasta área relacionada com a RAM, nomeadamente o seu impacto na Saúde Humana, nos Alimentos e outros produtos agrícolas, na Saúde Animal e no Meio Ambiente.

“A criação de uma plataforma multissectorial, integrando os sectores da Saúde, Agricultura e Ambiente, será determinante para coordenar políticas, monitorizar o progresso e mobilizar os recursos necessários para implementar o Plano de Acção Nacional contra a RAM”, reforçou Dr. Franco Martins, Chefe do Departamento de Controlo de Doenças da DNSP.

O workshop reuniu sectores da plataforma “Uma Só Saúde”, diversos sectores da governação, instituições académicas, sector privado da saúde, sociedade civil e parceiros internacionais. As discussões permitiram avaliar a situação actual da RAM no país e identificar prioridades estratégicas para fortalecer uma resposta coordenada e sustentável, assente em dados robustos que “orientem a resposta nacional, reduzam incertezas e permitam salvar vidas”, destacou a Dra. Joana da Paixão, Directora Geral Adjunta do INIS.

Entre as áreas técnicas priorizadas, destacam-se a vigilância integrada da RAM e do uso de antimicrobianos, o reforço das capacidades laboratoriais, o uso racional de medicamentos, a prevenção e controlo de infecções e a mobilização de recursos no quadro da abordagem Uma Só Saúde.

‘‘A OMS continuará a apoiar Angola com evidências, capacitação e orientação técnica. Este trabalho conjunto ajudará o país a construir um sistema mais resiliente, preparado para prevenir, detectar e responder eficazmente à resistência antimicrobiana’’, reafirmou Dr. Indrajit Hazarika, Representante da OMS em Angola.

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Rosa Pedro

Communication Assistant
WHO Angola
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