A resolução da Assembleia Mundial da Saúde sobre a Estratégia Mundial  sobre os Recursos Humanos para a Saúde (WHA69.19), insta aos Estados-Membros a consolidarem um conjunto de dados sobre os recursos humanos para a saúde pois a apresentação de relatórios anuais ao Observatório Mundial de Saúde, bem como a implementarem progressivamente as Contas Nacionais relativas aos Recursos Humanos da Saúde  ( NHWA) para apoiar a política e o planeamento nacional. 

Maputo, 10 de Outubro de 2016 – Sob o lema “Dignidade em Saúde Mental: Primeiros Socorros em Saúde Mental e Psicológicos Para Todos”, Moçambique juntou-se aos outros países do Mundo para celebrar o Dia Mundial de Saúde Mental, a 10 de Outubro de 2016.

O ponto mais alto das celebrações centrais alusivas ao dia mundial de Saúde Mental, em Maputo, foi a realização de uma Cerimónia no maior Hospital Psiquiátrico do país, que foi dirigida pela Ministra da Saúde, Dra. Nazira Abdula. A mesma contou com a participação da Representante da OMS em Moçambique, Dra. Djamila Cabral, de quadros e dirigentes do Governo local, profissionais de saúde mental, associações de pacientes com doença mental, organizações da sociedade civil e de parceiros de cooperação. 

Falando na ocasião, a Ministra da Saúde enalteceu o testemunho dado pelos pacientes com doença mental e congratulou-se pelos esforços de todos profissionais de saúde mental e psiquiatria, bem como os grupos e associações de pessoas vivendo com a doença mental, pelo trabalho que têm efetuado em prol da promoção, prevenção, tratamento e reabilitação dos doentes.

A Ministra da Saúde frisou que “Milhares de pessoas com doença mental sofrem de privação dos direitos humanos, discriminação, marginalização, estigma, além de ser sujeitos ao abuso físico e emocional nas nossas instituições de saúde mental e nas comunidades”. Apelou ainda que “Na comunidade, devemos respeitar e garantir a participação do doente mental na vida desta, permitindo que o mesmo tenha acesso ao emprego, educação, habitação, apoio social, entre outros”.

Por seu turno, a Representante da OMS em Moçambique, Dra. Djamila Cabral, manifestou a sua satisfação pelos progressos alcançados na área de Saúde Mental no país e, citando a mensagem da Diretora Regional da OMS para Região Africana, Dra Matshidiso Moeti, exortou “as autoridades nacionais responsáveis pela gestão das situações de catástrofe a considerarem a existência de equipas prontas a deslocar-se para as regiões afetadas por catástrofes e a orientarem os serviços locais de emergência em termos de primeiros socorros psicológicos, quando ocorrerem situações de catástrofes”. 

Na ocasião, a Dra Djamila realçou ainda a importância do apoio da OMS para a capacitação de profissionais para a prestação de Primeiros Socorros Psicológicos, frisando que “tem vindo a realizar cursos de formação em PSP, tendo sido elaborado um manual para nortear os países como parte dos esforços para reforçar a preparação e a resposta a situações de crise humanitária, para que mais pessoas sejam capazes de prestar primeiros socorros psicológicos durante situações de emergência”.

O segundo momento alto das celebrações deste dia foi o reconhecimento especial dirigido à Dra. Custódia Mandlhate, a pioneira na área de Saúde Mental no País e a primeira médica psiquiátrica moçambicana, pelo seu contributo na criação e no desenvolvimento do Programa Nacional de Saúde Mental em Moçambique. Dra. Custodia Mandlhate, conhecida amavelmente entre os profissionais como “A Mãe da Psiquiatria em Moçambique”, também já deu seus grandes préstimos, durante 18 anos, na Organização da Mundial da Saúde à vários níveis, tais como, Conselheira da OMS para região Africana e Representante dod seguintes países Zimbabwe, Namíbia e Quénia. Na mesma na ocasião, foram também honrados os 9 melhores trabalhadores da área de psiquiatria e saúde mental pelo seu empenho e dedicação em prol da promoção, prevenção, tratamento e reabilitação dos doentes.

Este evento anual de sensibilização para os problemas de saúde mental e de mobilização de esforços em apoio da saúde mental, centrou-se sobre a dignidade do paciente, com o objetivo de combater o estigma e alertar para as necessidades de cuidados ao sofrimento mental e emocional. Especial atenção às pessoas que passaram por uma grave situação de crise tais como guerras, catástrofes naturais, acidentes, incêndios, violência interpessoal, perda de entes queridos e outros que entram num estado de sofrimento e angústia, para os quais devemos oferecer proteção e esperança.

FIM/

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