A determinação de uma mãe pela vacinação contra a pólio

A determinação de uma mãe pela vacinação contra a pólio

“De 08 a 12 de julho, realiza-se mais uma ronda de vacinação contra a pólio. Vacine a sua criança menor de 10 anos e protege-a de paralisia infantil. A vacina salva vidas!”, essa foi a mensagem que apareceu no celular de Abiba quando ele apitou na segunda-feira (7 de julho), por volta das 19h. 

Ela sabia como funcionava a campanha, pois tanto seu filho mais novo de 11 meses, Ethan, quanto a mais velha de 4 anos, Witney, já tinham tomado as gotas de pólio na primeira ronda em abril. Os agentes da saúde passariam de casa em casa explicando sobre a doença e a importância de vacinar todas as crianças de até 10 anos em Moçambique, para que o país fique livre da poliomielite. 

Porém, os dias passaram e a equipa de vacinação porta-a-porta não chegou até Abiba em Katembe, Maputo. Por fim, no sábado, 12 de julho, Abiba, já preocupada em não ter recebido a visita dos agentes de saúde, foi verificar a mensagem recebida na semana anterior, e surpreendeu-se ao estarem já no último dia da campanha. 

Foi por meio da vizinha que descobriu que as crianças da escola local já tinham sido vacinadas. Sem hesitar, pegou seus filhos e foi até lá tentar encontrar a equipa de vacinação. “Quando eu fui, não tinha ninguém. Então viemos andando até a outra escola. E ainda bem que aqui tinha uma equipa,” conta. 

Apesar de os centros de saúde fazerem um esforço conjunto para a vacinação de casa em casa, nem sempre os horários das visitas foram adequados para os tutores, que podem não estar presentes. Por isso, há uma estratégia conjunta de vacinação em centros de saúde, escolas e na comunidade, de porta em porta. 

“Para mim, a vacinação representa o bem-estar da criança e o crescimento delas. Imagina, tu tens um bebé normal, saudável; mas, sem a vacina, a criança pode ter paralisia, e dá um aperto no coração pensar… Meu filho, se ele era saudável, estava bem, engatinhava, andava, e, de repente, parou de andar. Dói. Então, é muito importante tomar a vacina. Continuaremos a tomar, não só a vacina da pólio, mas também outras vacinas,” ela afirma após os dois filhos tomarem as gotas. 

Witney já completou todo o seu calendário de vacinação, e Ethan continua a ser acompanhado regularmente no centro de saúde. Para Abiba, a vacinação é uma prioridade inegociável. “Falando por mim, eu sempre vacinei meus filhos, nunca deixei de vacinar. Seria bom que os pais pudessem vacinar as crianças e abrissem as portas para receberem a vacina da pólio. É um benefício para todos, e um direito das crianças.” 

A campanha de vacinação contra a pólio é resulta de uma coordenação eficaz entre o Ministério da Saúde, a OMS, UNICEF e outros parceiros da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (GPEI), aliada à participação e ao empenho dos profissionais de saúde e das comunidades em todo o país.   

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