Vacinação contra a cólera leva esperança a mais de 2 milhões de angolanos

Vacinação contra a cólera leva esperança a mais de 2 milhões de angolanos

Lunda Norte, 12 de Julho de 2025 - Foi lançada oficialmente este sábado, no município do Cafunfo, província da Lunda Norte, uma nova ronda da campanha de vacinação oral contra a cólera, uma iniciativa do Governo de Angola, por via do Ministério da Saúde, com apoio da GAVI – Aliança Global para Vacinas, da Organização Mundial da Saúde (OMS), do UNICEF, da União Europeia e de outros parceiros do sector da saúde.

A campanha prevê vacinar mais de 2 milhões de pessoas nos municípios mais afectados das províncias de Cabinda, Cuanza Sul, Huíla, Lunda Norte, Namibe e Zaire — regiões onde se regista actualmente transmissão activa da doença.

O arranque da campanha decorreu simultaneamente em todas as províncias abrangidas, com equipas no terreno a iniciarem as actividades de vacinação em postos fixos e através de visitas porta-a-porta.

No acto de lançamento, a Ministra da Saúde, Dra. Sílvia Lutucuta, apelou ao envolvimento de todos: “Cada um tem que participar nesta guerra contra a cólera, nós estamos quase a vencer, falta só um bocadinho e se todos colaborarmos vamos conseguir correr com a cólera de Angola.”

A ministra destacou ainda o reforço da capacidade de resposta graças ao apoio dos parceiros: “Nós, através dos nossos parceiros, conseguimos na 1.ª e 2.ª ronda cerca de 1 milhão de vacinas. Agora conseguimos 2 milhões de vacinas que vão permitir aumentar a cobertura e proteger ainda mais pessoas.”

A vacina utilizada nesta ronda é a Euvichol-S, oral e de dose única, doada pela Gavi e distribuída por via do mecanismo internacional coordenado pelo Grupo Internacional de Coordenação (ICG). A campanha envolve 942 equipas de vacinação, formadas por vacinadores, mobilizadores e supervisores, que vão trabalhar em postos fixos e também através de visitas porta-a-porta.

Todas as pessoas com 1 ano de idade ou mais serão abrangidas pela vacinação, como parte de uma resposta integrada que inclui vigilância epidemiológica, acesso à água potável, saneamento, comunicação de risco e tratamento dos casos.

Durante a cerimónia, o Representante da OMS em Angola, Dr. Indrajit Hazarika, destacou o papel da vacina na protecção das comunidades, mas lembrou que ela deve ser complementada com outras medidas estruturais: “A vacina oral é uma ferramenta forte em nossas mãos, em cada campanha travamos a transmissão da cólera reforçando o escudo vital de protecção das comunidades. Mas a vacina por si não é suficiente, temos de nos manter vigilantes. A luta contra a cólera também é um investimento sustentável em água, saneamento e higiene. Só assim cortaremos a cólera a longo prazo.”

Nos bairros beneficiados, o ambiente é de esperança. Após meses de medo e incertezas, a chegada da vacina representa uma resposta concreta e uma protecção essencial, especialmente para as famílias mais vulneráveis.

Verónica Domingos Ferreira, moradora no município da Kikombo, Cuanza Sul, foi uma das pessoas vacinadas. Depois de ver vizinhos adoecerem há meses, ela decidiu procurar informações e proteger a sua família. Hoje, mostra-se aliviada: “Estou muito grata. Hoje vacinei-me e vacinei os meus filhos. Esta vacina é uma bênção. Agora sinto que a minha família está mais protegida.”

Com acções como esta, Angola reforça a sua capacidade de resposta frente aos surtos e reafirma o compromisso com a saúde e a dignidade das suas comunidades. A campanha segue nos próximos dias, com apelos à participação activa de toda a população.

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João Carlos Domingos
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