Dra Raquel Mahoque Maguele, Líder de equipe, operações de saúde OMS

Dra Raquel Mahoque Maguele, Líder de equipe, operações de saúde OMS

Raquel Mahoque Maguele é funcionária da OMS no escritório de Moçambique. Está na Beira no âmbito da resposta à emergência Idai. Veio como coordenadora da área de operações de saúde.

"O nosso maior foco é na prevenção de doenças hídricas como a cólera, a malária, a continuidade do tratamento das doenças crónicas, a água e saneamento e a nutrição."

O que faz a sua equipe?

Na equipe das operações de saúde apoiamos o Ministério de Saúde na resposta ao ciclone Idai nas áreas como a prevenção e controlo das doenças.

O nosso maior foco é na prevenção de doenças hídricas como a cólera, a malária, a continuidade do tratamento das doenças crónicas, a água e saneamento e a nutrição. No inicio, logo após do ciclone era o tratamento do trauma das vítimas após o seu salvamento para evitar danos maiores.

O que foram uns dos desafios?

Alguns dos desafios foram principalmente a coordenação multissectorial para que todos os sectores e parceiros entendessem a prioridade das doenças.

E também outro desafio é a coordenação dos diferentes intervenientes. Nós recebemos vários colegas aqui aos quais agradeço a sua participação. Mas,  o desafio que eles tinham foi em termos da língua. Era um desafio para comunicar com as comunidades e interagir com alguns dos profissionais de saúde.

Mesmo assim, conseguimos ultrapassar esses desafios e continuamos a dar apoio diretamente ao Ministério de Saúde e à Direção Provincial da Saúde.  Apoiamos a coordenação dos parceiros que estão no terreno, alguns dos quais já existiam cá, enquanto outros são parceiros que vieram para a resposta ao Idai.

Mas, muito mais que a integração que nós tivemos foi o trabalho que fizemos com o governo.  O suporte que nos demos ao governo, ao ministério de saúde, a direção provincial. Não só no inicio na resposta às ações traumáticas que tinham resultados da Idai mas também o que foi na prevenção das doenças de origem hídrica.

Cómo trabalharam juntos contra a cólera?

Aqui por exemplo nós estamos com a cólera com mais de 5 mil casos e só tivemos 8 óbitos. Porquê? Porque houve um controlo das doenças. Houve um trabalho muito bem sério feito nos centros de tratamento da cólera que garantiu que não houve alta mortalidade dentro dos centros do tratamento da cólera como os cantos da reidratação oral.

Mas, em termos da prevenção das doenças e o controlo ao nível da comunidade, também houve muito trabalho feito, houve muito engajamento das próprias comunidades, houve um trabalho na área de comunicação e do saneamento do meio.

O resultado e esse: tivemos casos da cólera em alguns bairros, mas poucas mortes.

Um dos desafios foi a própria estrutura da cidade, vários bairros e, com resultado do ciclone, muitas estruturas da água e saneamento dos bairros que já eram precários, foram destruídas. É por isso que acabou dando em muitos casos da cólera.

A malária também e outro problema grave nesta situação. Como organizaram o trabalho de combate da malária?

Com a queda da águas a próxima doença que vira é a malária. Estamos a apoiar o governo a trabalhar com as comunidades para a disponibilidade e o uso de redes mosquiteiras. Também, com os vários parceiros envolvidos vamos apoiar o governo na pulverização intra-domiciliaria.

Então com estas medidas contribuímos para diminuir a ocorrência da malária.

O ciclone Idai teve um impacto grave não só na saúde física das comunidades mas também psicologia. Também conseguem apoiar as pessoas com as traumatismos mentais?

O Ministério de Saúde e a Direção Provincial da Saúde levaram muito em consideração este especto do trauma psicológico, pois muitos dos provedores de serviços ficaram afectados. E apoiamos a trabalhar não só na área de saúde mas uma das áreas chaves é a educação, na qual está-se a trabalhar no apoio psicossocial de provedores de saúde, dos professores e dos alunos. Nós temos de tomar conta dos nossos trabalhadores e da população.

As traumas psicológicas levam muito tempo para a população se curarem. Mas tenho que dizer que a população de Sofala e das outras províncias é um povo forte. Ela está a voltar à vida normal.

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Dalia Lourenço

Cyclone Idai Communications Consultant
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