Mensagem do Director Regional da OMS para a África, Dr. Mohamed Janabi
Neste Dia Mundial para a Eliminação do Cancro do Colo do Útero, não só comemoramos os progressos que os países africanos têm vindo a efectuar com vista a um futuro sem cancro do colo do útero, como renovamos o nosso compromisso partilhado no sentido de fazer com que nenhuma mulher morra de uma doença que pode ser evitada.
O cancro do colo do útero permanece um dos problemas oncológicos mais comuns e mais mortíferos entre mulheres no continente africano, E, no entanto, também é um dos cancros mais preveníveis. Tendo em conta as ferramentas hoje disponíveis - vacinação contra o VPH, despistagem e tratamento atempado - a sua eliminação está ao nosso alcance. Agora temos um desafio pela frente: tornar essas ferramentas acessíveis a cada rapariga e a cada mulher onde quer que seja e esteja.
Por toda a Região Africana da OMS, esse impulso está a ganhar força, trinta e dois Estados-Membros já introduziram a vacinação contra o VPH nos seus planos nacionais de vacinação, alcançando quase metade de todas as raparigas elegíveis. Inúmeros outros países lançaram este ano a vacina, enquanto pelo menos mais oito têm isso planeado para 2026. Cada introdução destas constitui uma protecção, quer contra um vírus quer contra uma perda, um sofrimento e vidas interrompidas cedo demais.
Através da iniciativa Serviços Oncológicos Integrados para Mulheres (WICS), a OMS tem vindo a ajudar os países a integrarem o rastreio do cancro do colo do útero e da mama nos cuidados de saúde primários. Esta abordagem integrada - contínua, acessível e centrada nas mulheres - vem reforçar na sua íntegra a continuidade entre prevenção, detecção precoce e tratamento. Apresentada este ano aos Ministros da Saúde quando da septuagésima quinta sessão do Comité Regional da OMS para África, a WICS faculta um modelo prático para fazer avançar a saúde das mulheres em toda a nossa Região.
Ganhos esses cuja viabilização decorre de poderosas parcerias. Mercê do trabalho realizado com outras agências das Nações Unidas, incluindo a Agência Internacional de Energia Atómica e o Centro Internacional de Investigação do Cancro, a OMS está a apoiar avaliações e planos nacionais de controlo oncológico, com destaque para o cancro do colo do útero.
Com o generoso apoio de parceiros como o Governo de Espanha, a OMS está a ajudar os países a desenvolverem recursos humanos assim como capacidades tecnológicas: actualizando os planos nacionais de controlo do cancro, formando profissionais de saúde e fornecendo equipamento essencial para o tratamento de lesões pré-cancerosas.
Porém esses progressos ainda não são uma vitória. Demasiadas mulheres continuam a ter falta de acesso a rastreio, diagnóstico e tratamento. Ainda há demasiados sistemas de saúde que estão sub-apetrechados para conseguirem prestar os cuidados que as mulheres merecem receber. A eliminação do cancro do colo do útero exigirá compromisso, financiamento e coordenação sustentados por parte dos governos, por parte dos parceiros, por parte das comunidades, bem como dos indivíduos.
Deixo assim um apelo a todos os Estados-Membros por forma a acelerarem as suas medidas nacionais de acordo com os três pilares da Estratégia Mundial para a Eliminação do Cancro do Colo do Útero - vacinação, rastreio e tratamento - e colocarem a saúde e os direitos das mulheres no centro da cobertura universal de saúde.
Juntos, podemos tornar a eliminação numa realidade, garantindo um futuro em que todas as mulheres em África, independentemente do sítio onde vivem, consigam aceder à protecção, aos cuidados e à dignidade que merecem.
Para saber mais:
- A Assembleia Mundial da Saúde apadrinha esta data de 17 de Novembro como sendo o Dia Mundial para a Eliminação do Cancro do Colo do Útero (apenas em inglês)
- Angola marca passo histórico com a introdução da vacina contra o cancro do colo do útero
- A Namíbia lança a vacinação contra o vírus do papiloma humano para ajudar a pôr fim ao cancro do colo do útero (apenas em inglês)
- A Etiópia lança em seis regiões e durante um mês uma campanha destinada ao rastreio e ao tratamento do cancro do colo do útero (apenas em inglês)
- A Serra Leoa aposta no reforço da capacidade cirúrgica do cancro do colo do útero graças à colaboração sul-sul (apenas em inglês)
- Através da formação nacional, o Botsuana dinamiza os esforços de prevenção do cancro do colo do útero (apenas em inglês)
- O Quénia, o Zimbabué e a Côte d'Ivoire privilegiam a prestação de cuidados oncológicos às mulheres (apenas em inglês)
