A contribuição crítica das pessoas idosas na luta contra a poliomielite em Moçambique

¨Eu não tenho medo de ficar velha, muito pelo contrário: Sinto-me orgulhosa porque sou activa e a minha experiência é fundamental quando se trata de contribuir para a saúde das pessoas na minha comunidade¨.

Raquelina Mazuze fará 60 anos muito em breve, e longe de temer esse número, orgulha-se da sua contribuição para a luta contra a poliomielite em Moçambique. Ela está agora a preparar a sua comunidade para as próximas vacinas no seu país, na sequência do recente surto de poliovírus selvagem do tipo 1. Nos próximos dias, Moçambique pretende proteger perto de 4 milhões de crianças nas 4 províncias de maior risco (Tete, Zambézia, Sofala e Manica).

WHO/Marta Villa Monge
De acordo com o Banco Mundial, as pessoas de 65 anos ou mais representam apenas 3% da população total em Moçambique, mas Raquelina incentiva todos a permanecerem activos e a servirem a população independentemente da sua idade. Ela é agora uma mobilizadora social capacitada para explicar os benefícios da vacinação de todas as crianças elegíveis - criancas menores de 5 anos, contra a poliomielite. Ela está envolvida no sector da saúde há décadas. Na imagem, ela demonstra como os vacinadores irão actuar administrando 2 gotas protectoras contra o vírus: ¨A vacina tem pouco ou nenhum sabor e a criança não sentirá qualquer dor, tudo o que precisamos é que as famílias cooperem na aceitação do vacina¨ - ela explica.
Por ocasião do Dia Internacional das Pessoas Idosas, ela assinala que os seus anos de experiência se tornaram um trunfo quando se trata de bater às portas e falar com as famílias, pois já estão familiarizadas com o seu papel na comunidade.
Ilda escuta-a e confirma que o seu filho, que acabou de fazer 5 anos, receberá a próxima dose para garantir a sua protecção contra o vírus, que pode invadir o sistema nervoso em poucas horas, causando paralisia e até a morte.
Ela aproveita as suas habilidades de comunicação para também encorajar os idosos a permanecerem activos: ¨devemos continuar a fazer o que gostamos e mantendo-nos activos. Só precisamos de comer comida saudável. Evitar demasiado óleo e demasiado sal. Precisamos apenas de seguir os conselhos dos nossos medicos¨ - adverte.
Quando as pessoas mais novas me dizem para ficar em casa porque sou velha, eu respondo sempre: ¨Eu estou orgulhosa do que faço, posso e continuarei a avançar, porque ainda tenho o direito de estudar, de voltar à escola... este é realmente o meu plano para o próximo ano e ninguém me poderá tirar isso, farei o que for preciso fazer¨.
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