Recorde de mortes semanais por COVID-19 em África

Recorde de mortes semanais por COVID-19 em África

Brazzaville – Novos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que as mortes por COVID-19 notificadas todas as semanas em África atingiram um novo pico na semana que terminou a 1 de Agosto, tendo-se registado o maior número de vítimas mortais num período de sete dias desde o início da pandemia no continente.

Registaram-se mais de 6400 mortes, um aumento de 2% em relação à semana anterior, com a África do Sul e a Tunísia a representarem mais de 55% das vítimas mortais. O número de mortes está a aumentar em 15 países e 12 registaram taxas de letalidade mais elevadas do que a média africana de 2,5% no último mês. Com mais de 172 000 mortes, a África é responsável por pouco mais de 4% dos 4,2 milhões de mortes relacionadas com a COVID-19 registadas em todo o mundo até à data. 

“É um dia triste para África. Os nossos corações vão para todos os que perderam amigos e entes queridos. Todas as semanas, temos registado um maior número de mortes no continente e, após uma ligeira queda, o número de casos de COVID-19 está novamente a aumentar. Os dados mais recentes indicam que a África ainda está no auge da terceira vaga, registando ainda mais casos do que em qualquer pico anterior, e que não podemos tomar nada como garantido,” disse a Dr.ª Phionah Atuhebwe, responsável pela introdução das novas vacinas no Escritório Regional da OMS para a África.

Os casos de COVID-19 aumentaram 19%, passando para mais de 278 000 na semana que terminou a 1 de Agosto. A África do Sul representou 29% dos casos, que permanecem perto do máximo histórico de 286 000 casos semanais registados em África no início de Julho.

Vinte e dois países africanos viram os casos subir mais de 20% durante pelo menos duas semanas consecutivas. A variante Delta altamente transmissível foi encontrada em 29 países africanos. A variante Alfa foi detectada em 39 países e a variante Beta em 35. 

Isto acontece numa altura em que se tem verificado um aumento no envio de vacinas contra a COVID-19 para a África. Quase 12 milhões de doses chegaram através do mecanismo COVAX em Julho, mais do que as doses recebidas em Abril, Maio e Junho juntas. Nas duas últimas semanas de Julho, o número de vacinas entregues foi 12 vezes superior às remessas recebidas na primeira metade do mês. 

Até à data, a África recebeu 91 milhões de doses de vacina contra a COVID-19. Cerca de 24 milhões de pessoas estão totalmente vacinadas, o que equivale a apenas 1,7% da população africana. O continente precisa de mais 183 milhões de doses para vacinar totalmente 10% da sua população até ao final de Setembro e de mais 729 milhões de doses para cumprir o objectivo definido para o final de ano de vacinar totalmente 30% da população africana.

O mecanismo COVAX prevê enviar 520 milhões de doses para a África até ao final de 2021. Quase 90 milhões dessas doses foram agora atribuídas aos países africanos e serão entregues até ao final de Setembro. A União Africana também prevê entregar 16 milhões das 400 milhões de doses da Johnson & Johnson que adquiriu para os países africanos até Setembro.

“Após três meses difíceis, antevemos um horizonte mais favorável em termos de remessas de vacinas destinadas à África. A instabilidade que se verifica na cadeia de abastecimento é a principal razão pela qual a disponibilização das vacinas contra a COVID-19 em África tem sido lenta, pelo que é fundamental que os países africanos implementem estratégias de vacinação abrangentes para proteger os mais vulneráveis de forma rápida e eficiente”, afirmou a Dr.ª Atuhebwe.

A OMS lidera a disponibilização de vacinas contra a COVID-19 em África,​coordenando todos os esforços, fornecendo orientações políticas e técnicas e apoio adaptado aos países e ajudando a partilhar conhecimentos e melhores práticas entre os países africanos.

A Dr.ª Atuhebwe falou hoje numa conferência de imprensa virtual facilitada pelo Grupo APO. Com ela estava Joana Admiro, o ponto focal para as actividades de vacinação suplementar do Ministério da Saúde de Angola. Também disponíveis para responder a perguntas estavam a Dr.ª Fiona Braka, chefe de equipa das operações de emergência no Escritório Regional da OMS para a África; e o Dr. Gilson Paluku, responsável pela vacinação de rotina e introdução de novas vacinas no Escritório Regional da OMS para a África.

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