Líderes de saúde africanos e parceiros apelam a um maior investimento em serviços integrados para as doenças não transmissíveis

Líderes de saúde africanos e parceiros apelam a um maior investimento em serviços integrados para as doenças não transmissíveis

Lusaca - Os ministros da saúde africanos e os parceiros apelam a um maior investimento em serviços de saúde integrados para fazer face ao peso crescente das doenças graves não transmissíveis (DNT), em especial as que afectam as mulheres e as populações mal servidas da Região.

Num evento paralelo de alto nível durante a septuagésima quinta sessão do Comité Regional da OMS para a África, os delegados sublinharam a necessidade urgente de um acesso equitativo à prevenção, rastreio, tratamento e reabilitação em todo o processo contínuo de cuidados para as doenças não transmissíveis. As disparidades são particularmente acentuadas nas zonas rurais, onde as infra-estruturas e os serviços de saúde continuam a ser inadequados.

Os cancros da mama e do colo do útero estão entre as principais causas de morte relacionadas com o cancro nas mulheres da África Subsariana - sobretudo o cancro do colo do útero, que pode ser prevenido e tratado. Continua a ser a causa mais comum de morte por cancro nas mulheres da Região. Em 2022, África respondeu por quase um quarto (23%) das 76 000 mortes por cancro do colo do útero a nível mundial.

Entretanto, as DNT graves, como a diabetes tipo 1, a drepanocitose e as doenças cardíacas, ceifam mais de meio milhão de vidas anualmente, incluindo em crianças, adolescentes e jovens adultos nalgumas das comunidades mais pobres do continente. A desigualdade no acesso aos serviços de saúde continua a dificultar os esforços para reduzir este fardo.

Para melhorar os cuidados para os cancros do colo do útero e da mama na Região, é necessário um investimento urgente na liderança, governação e financiamento. O reforço destes alicerces é fundamental no actual panorama de financiamento. São essenciais avanços no planeamento estratégico, nas infra-estruturas de cuidados de saúde, na formação da força de trabalho e, sobretudo, no acesso equitativo aos serviços de rastreio, diagnóstico e tratamento.

Para enfrentar estes desafios, a OMS e os seus parceiros apresentaram modelos integrados bem-sucedidos, como os Serviços de Cuidados Integrados para o Cancro da Mulher (WICS), o Projecto BEAT para o Cancro da Mama e a Estratégia PEN-Plus. Os WICS reforçam a detecção precoce, o tratamento e a integração dos serviços de cancro da mulher nos sistemas de cuidados de saúde primários na Côte d’Ivoire, no Quénia e no Zimbabué. O Projecto BEAT Breast Cancer é uma iniciativa plurianual transformadora que pretende reduzir a mortalidade por cancro da mama nas mulheres na República Unida da Tanzânia e no Gana graças à detecção precoce, ao diagnóstico atempado e ao acesso a um tratamento completo.

"O PEN-Plus, os WICS e a Iniciativa BEAT Breast Cancer são modelos para um novo padrão de cuidados, assente na equidade, no acesso e na justiça em matéria de saúde. Exorto os países a darem prioridade a políticas que integrem estes modelos no reforço mais amplo do sistema de saúde, afirmou o Dr. Mohamed Janabi, Director Regional da OMS para a África".

A Côte d’Ivoire demonstra um exemplo convincente de progresso, combinando uma elevada cobertura de vacinação contra o VPH - que atinge mais de três milhões de raparigas (91,4%) - com campanhas de rastreio baseadas na comunidade apoiadas pelos WICS para reforçar a prevenção do cancro do colo do útero. No Quénia, o rastreio do cancro do colo do útero foi integrado com êxito nos serviços nacionais de saúde.

"Esta reunião marca um momento crucial para acelerar a acção de prevenção do cancro da mama em África. Valorizamos profundamente a liderança dos Ministérios da Saúde do Gana e da Tanzânia e o apoio inabalável da Fundação Pfizer para nos ajudar a atingir este marco.   O evento paralelo cria uma dinâmica para a atribuição de prioridade política aos cancros da mulher, desenvolver parcerias para reforçar o ecossistema mais vasto do cancro da mulher e promover uma abordagem dos sistemas de saúde à prevenção e gestão do cancro da mama", afirmou o Dr. Somesh Kumar, Director Sénior da Jhpiego.

O PEN-Plus alarga o acesso aos cuidados de saúde para as DNT graves ao nível dos hospitais distritais. Desde a sua implementação, 20 países em África aumentaram o acesso aos serviços para as DNT graves. Mais de 15 000 pessoas estão actualmente a receber tratamento para doenças crónicas, como a drepanocitose e a diabetes tipo 1, através das clínicas PEN-Plus.

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