Líderes da saúde e parceiros comprometem-se a estimular a produção de medicamentos e vacinas em África

Líderes da saúde e parceiros comprometem-se a estimular a produção de medicamentos e vacinas em África

Lusaca - Os ministros africanos da saúde e os parceiros mundiais reunidos na septuagésima quinta sessão do Comité Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África comprometeram-se hoje a tomar medidas mais firmes para acelerar o fabrico local de medicamentos e produtos médicos, a fim de garantir a autossuficiência.

Actualmente, África produz menos de 1% das vacinas que consome, o que torna a Região particularmente vulnerável a perturbações nas cadeias de abastecimento e às desigualdades mundiais. Os líderes da saúde comprometeram-se a aumentar o investimento nacional, a expandir a capacidade de ensaios clínicos e a implementar o Quadro para o reforço da produção local de medicamentos, vacinas e outras tecnologias da saúde na Região Africana da OMS (2025–2035).

"A questão da produção local deve estar no topo da agenda africana", afirmou Sua Excelência Hakainde Hichilema, Presidente da República da Zâmbia, na abertura do Comité Regional. A Zâmbia assumirá a liderança no fabrico de produtos locais e esperamos que outros países se juntem a nós para melhorar o bem-estar das pessoas em toda a Região."

Embora tenham sido feitos progressos na preparação para pandemias, a Região continua a enfrentar desafios para garantir parcerias mais fortes, financiamento sustentável e apoio político para a produção local de medicamentos.

A iniciativa para impulsionar o fabrico local é apoiada por parceiros como a Unitaid, o Instituto Internacional de Vacinas (IVI) e a GAVI, a Aliança para as Vacinas, que se reuniram para um evento paralelo de alto nível sobre o fabrico local de medicamentos, vacinas e outras tecnologias da saúde, à margem da reunião do Comité Regional.

“A pandemia de COVID-19 revelou as vulnerabilidades do continente: Acesso insuficiente às vacinas, cadeias de abastecimento frágeis e dependência excessiva dos mercados externos. No entanto, deu-lhe também um novo impulso para que África produza 60% das suas próprias vacinas até 2040”, afirmou o Dr. Mohamed Janabi, Director Regional da OMS para a África. “Com uma vontade política maior e uma colaboração mais estratégica, poderemos reforçar a capacidade de África de dar resposta à próxima pandemia — nos nossos próprios termos.”

O evento paralelo - uma plataforma para reforçar esta vontade política, promover políticas favoráveis e dinamizar as parcerias que produzirão um impacto duradouro - destacou a futura estratégia “GAVI Leap” que irá mudar radicalmente o modelo operacional da GAVI para capacitar os países e promover soluções sustentáveis e orientadas a nível local.

“A saúde mundial encontra-se numa encruzilhada. No contexto mais difícil para o desenvolvimento internacional das últimas décadas, temos de avançar para um modelo centrado na apropriação e capacitação dos países”, afirmou a Dr.ª Sania Nishtar, Directora Executiva da GAVI, a Aliança para as Vacinas. “Através do plano de transformação GAVI Leap, a GAVI irá fornecer aos países as ferramentas, a confiança e a assistência para moldarem o seu próprio futuro.”

Os parceiros uniram-se em torno de uma abordagem coordenada do ecossistema para o fabrico de ponta a ponta. A OMS, a GAVI, o IVI e a Unitaid salientaram que a produção local não é apenas um imperativo de saúde, mas também um motor estratégico de resiliência económica e inovação.

O evento também destacou a iniciativa ACHIEVE 2.0 do IVI, que visa mobilizar fundos para a investigação e desenvolvimento, produção, aprovação e adopção de vacinas de ponta a ponta em África.

"ACHIEVE 2.0 é uma iniciativa liderada por africanos que acelera as inovações em vacinas e terapêuticas através da ciência de ponta e de um ecossistema de investigação colaborativa enraizado no continente", afirmou o Dr. Jerome H. Kim, Director-Geral do IVI.

A Unitaid fez eco do apelo a um investimento inclusivo e a longo prazo. "Ao atribuir quase 50 milhões de dólares americanos a dois programas emblemáticos que irão reforçar a capacidade de África de produzir diagnósticos e terapêuticas médicas, a Unitaid está pronta para remodelar os mercados e permitir que as instituições africanas prosperem", afirmou o Dr. Tenu Avafia, Director Executivo Adjunto da Unitaid.

O evento paralelo foi concluído com compromissos renovados de todos os parceiros para aumentar o apoio político, envolver as comunidades, aproveitar os pontos fortes científicos e regulamentares de África e co-desenvolver um quadro para reforçar a produção local em todo o continente.

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