Especialistas de Tuberculose nos PALOP Reunidos em Maputo

Especialistas de Tuberculose nos PALOP Reunidos em Maputo

Maputo, 13 de Dezembro de 2012 -- Especialistas e técnicos das áreas de Tuberculose, Laboratório e de Medicamentos de Angola, do Brasil, de Moçambique e de São Tomé e Príncipe terminam amanhã (dia 14) um seminário, de cinco dias, sobre a Gestão de Tuberculose (TB) Resistente aos Medicamentos.

O seminário tem como objectivo melhorar a capacidade da Região Africana da OMS de combater a TB Resistente através do reforço da capacidade dos Países Membros de Língua Oficial Portuguesa de identificar e tratar casos de Tuberculose Resistente aos Medicamentos.

Iniciado no dia 10 de Dezembro de 2012, o seminário focalizou na elaboração de Esboços dos Planos de Acção de Angola, de Moçambique e de São Tomé e Príncipe. Estes visam iniciar ou acelerar os programas de Gestão Programática de TB resistente. O seminário foi facilitado por especialistas da OMS, do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) Management Science for Health (MSH) do Brasil, e da Family Health Internacional (FHI) / TB Care.

Das três sub - regiões da Região Africana da organização Mundial da Saúde (OMS), nomeadamente a Sub -Região da África Central (IST/ Central), a Sub- região da África Ocidental (IST/WEST) e a Sub – Regiao da África Austral e (IST/ESA), a Sub – região da África Austral e Oriental é a que regista o maior número de casos de Tuberculose, de TB e SIDA e de TB Multirresistente aos Medicamentos.

A Dra Angélica Salomão, do Programa da TB na Região Africana e de apoio aos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) dividiu em dois grupos as causas da Tuberculose Resistente nomeadamente: (i) Causas relacionadas com os Sistemas de Saúde e (ii) Causas relacionadas com o Paciente.

Fazem parte das causas relacionadas com os Sistemas de Saúde os seguintes aspectos (i) Regimes de tratamento inadequados; (ii) dosagem inadequada; (iii) Medicamentos de má qualidade; (iv) Venda indiscriminada de medicamentos; (v) não implementação do Tratamento de Observação Directa (TOD); (vi) fracas medidas de controlo de infecção e (vi) fraco aconselhamento ao paciente para aderir ao tratamento.

Causas relacionadas com o Paciente (i) Fraca adesão ao tratamento anti-TB; (ii) história de tratamentos anteriores; (iii) efeitos adversos do tratamento anti- TB; (iv) contacto próximo de caso TB Multiresistente aos medicamentos (v) mal absorção; (vi) alta carga bacilar e (v) HIV.

Por seu turno o Representante da OMS em Moçambique, Dr Daniel Kertesz, sublinhou que a prevenção e o controlo da Tuberculose Resistente é uma prioridade chave da Organização “e neste sentido gostaríamos de manifestar a disponibilidade da OMS, em colaboração com os parceiros envolvidos na luta contra a Tuberculose, em continuar a prestar apoio técnico aos Estados Membro”.

O Director do Programa Nacional de Controlo da TB no Ministério moçambicano da Saúde, Dr. Egídio Langa, frisou que “ é importante, como lusófonos, estarmos organizados de forma a fazer face a todos os problemas de saúde que enfrentamos, em particular a Tuberculose, que tem sido uma doença negligenciada”.

Dados do Ministério da Saúde apontam que a Tuberculose (TB) ainda constitui um sério problema de Saúde Pública em Moçambique e a sua associação com a pandemia do HIV/SIDA é um dos maiores desafios na luta contra esta doença. O número de casos de Tuberculose associados ao HIV continua a aumentar e em Moçambique cerca de 60% dos doentes com TB, estão infectados pelo vírus de HIV facto que levou em 2006, o Governo de Moçambique declarar a Tuberculose como Emergência Nacional.

O número de casos notificados tem vindo a crescer nos últimos anos, tendo passado de cerca de 22.500 casos em 2002 para 47.000 casos ao final de 2011. Contribuíram para o aumento dos casos, a expansão da estratégia TOD para todas unidades sanitárias, a colocação de clínicos nas diferentes unidades sanitárias com destaque para médicos e expansão da rede laboratorial para pesquisa de bacilo da tuberculose. Por outro a taxa de sucesso ao tratamento também tem vindo a registar melhorias, passando de 80% em 2007 para 86% em 2010, tendo sido ultrapassada a meta preconizada pela OMS, que é de 85%.

A gestão dos casos de Tuberculose Multi- Resistente aos medicamentos (TB-MR) no país constitui uma das prioridades do programa da Tuberculose, pois o diagnóstico, tratamento e seguimento dos casos de TB - MR no País ainda é um grande desafio.

Entre os anos 2007 e 2008, foi realizado um estudo de resistência aos medicamentos de Tuberculose, revelou uma prevalência de TB-MR nos casos novos de 3.5% e 11.2% em casos previamente tratados. Desde 2006 a esta parte, já foram diagnosticados e iniciados tratamento de TB -MR a cerca de 600 pacientes.

Especialistas de Tuberculose nos PALOP Reunidos em Maputo

 

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