Conferência na Etiópia pondera estratégia de 106,8 milhões de dólares para a OMS combater os surtos de doenças e outras emergências de saúde em África

Conferência na Etiópia pondera estratégia de 106,8 milhões de dólares para a OMS combater os surtos de doenças e outras emergências de saúde em África

Na elaboração de uma estratégia detalhada, o Escritório Regional da OMS para a África mapeou 1779 epidemias e surtos e catalogou mais de 100 emergências de saúde pública anuais nos Estados-Membros

Adis Abeba, 18 de Agosto de 2016 – Com mais de 100 emergências de saúde pública a ocorrerem todos os anos na Região Africana, os ministros da saúde presentes na 66.ª sessão do Comité Regional da OMS para a África irão ponderar uma estratégia de 106,8 milhões de dólares para enfrentar as emergências de saúde pública que ameaçam todas as pessoas em África e prejudicam a economia regional. 

Na reunião a ter lugar em Adis Abeba de 19 a 23 de Agosto de 2016, os ministros da saúde dos 47 países da Região irão tomar decisões sobre vários compromissos políticos da Estratégia Regional para a Segurança Sanitária e as Emergências 2016-2020. Um dos compromissos mais importantes da estratégia, como resposta directa aos muitos surtos a ocorrerem em todo o continente, é que, até 2018, pelo menos 80% dos 47 países tenham testado e financiado planos de preparação para todos os perigos, realizado análises e mapeamentos de riscos de surtos e catástrofes e implementado políticas e orientações para apoiarem a implementação do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) e a estratégia de Gestão de Risco de Catástrofes (GRC). 

“No nosso mundo globalizado, as doenças não conhecem fronteiras. Necessitamos de uma colaboração mais forte para proteger a segurança nacional, regional e mundial da saúde. A implementação da estratégia regional para a segurança sanitária e as emergências irá reforçar a capacidade dos países da Região em se prepararem,, prevenirem, detectarem, responderem e recuperarem rapidamente de emergências de forma previsível, fiável e responsável,” disse a Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África.

Na reunião que irá rever as modalidades de contribuição e gestão do Fundo Africano para as Emergências de Saúde Pública (FAESP), a Dr.ª Moeti irá advogar um compromisso renovado dos Estados-Membros para a manutenção do Fundo. É de salientar que com as emergências frequentes na Região, as necessidades de assistência continuam a aumentar. Recentemente, os recursos do FAESP financiaram campanhas de vacinação para a contenção dos actuais surtos de febre-amarela e criaram centros de tratamento de emergências para a gestão da cólera na África Austral, afectada pela seca. 

Das 100 emergências de saúde pública que ocorrem todos os anos na Região Africana, as doenças infecciosas representam 80%, catástrofes 18%, e as intoxicações por substâncias químicas e a malnutrição aguda grave apenas 2%. A recente epidemia do Ébola na África Ocidental recebeu a maior parte da atenção, mas os governos nacionais necessitam de recursos dedicados para conterem muitas outras doenças, com ameaças iminentes no horizonte. A resistência antimicrobiana (RAM), por exemplo, ameaça a prevenção e tratamento eficazes de um conjunto cada vez maior de infecções.

“Os países podem fazer mais para combaterem estes surtos, muitos dos quais evitáveis, ao enfrentarem as causas e estarem melhor preparados, de modo a evitarem as mortes, doenças e incapacidades inaceitavelmente elevadas, que resultam em perturbações socioeconómicas posteriores,” acrescentou a Directora Regional.

Definindo os riscos através do continente, a OMS mapeou o impacto de 15 doenças tropicais – desde o carbúnculo, ao Ébola e ao Zika – num relatório publicado em Maio de 2016. Estes mapas examinaram as zonas ecológicas onde as pessoas podem contrair as doenças, juntamente com os locais onde as transmissões foram documentadas. O relatório também delineou o impacto de 10 factores contextuais e ambientais diferentes – desde o crescimento populacional e a urbanização até à fome e aos conflitos.

A Estratégia Regional definirá a meta de que, até 2020, pelo menos 80% dos Estados-Membros possuam um centro de operações de emergências de saúde pública (COE) totalmente funcional e um sistema e rede nacionais de laboratórios funcionais que cumpram os padrões mínimos. Mais de 80% dos Estados-Membros devem possuir uma força de trabalho da saúde adequada para responderem a surtos e emergências sanitárias, e pelo menos 90% dos Estados-Membros devem estar a implementar a Vigilância e Resposta Integrada às Doenças (VRID), incluindo sistemas de vigilância com base em eventos com pelo menos 90% de cobertura nacional até 2020. 

De acordo com os princípios orientadores da Estratégia Regional, a OMS e parceiros irão trabalhar em estreita colaboração e com um forte envolvimento multissectorial para prevenir, conter e controlar as emergências na Região. 
  
Assim que a Estratégia Regional esteja disponível, serão necessárias acções decisivas por parte dos Estados-Membros e dos seus parceiros do desenvolvimento para a implementação, assegurando que as pessoas em África e no mundo estão mais bem protegidas de surtos e outras emergências de saúde. A criação de sistemas de saúde resistentes que possam aguentar o impacto de catástrofes e potenciais danos resultantes de situações de emergência é fundamental para que a África continue a crescer.

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Para mais informações, contacte:

Dr. Ibrahima Soce-Fall, Director Regional para as Emergências, Região Africana da OMS, socef [at] who.int ,   Tel.: +47-241-39695, +242065104619

Collins Boakye-Agyemang, Conselheiro Regional de Comunicação; Tel: + 242 06 520 6565; E-mail: boakyeagyemangc [at] who.int  

Loza Mesfin Tesfaye, Responsável de Comunicação, OMS/AFRO; Tel: +251 911 144 194; E-mail: tesfayel [at] who.int

Fabienne Aboua, Responsável pelas Comunicações, OMS/AFRO; E-mail: abouaf [at] who.int

Pieter Desloovere, Consultor de Comunicação, OMS/AFRO; E-mail: deslooverep [at] who.int

 Sexagésima sexta sessão do Comité Regional da OMS para África

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