Conferência Internacional sobre as Políticas de Drogas nos Países Africanos de Língiua Oficial Portuguêsa (PALOP)

Conferência Internacional sobre as Políticas de Drogas nos Países Africanos de Língiua Oficial Portuguêsa (PALOP)

PRAIA,15/01/14: O Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Dr. José Maria Neves, presidiu hoje, 15 de Janeiro, à sessão de abertura da primeira “Conferência Internacional sobre as Políticas de Drogas nos Países Africanos de Língiua Oficial Portuguêsa” (PALOP), na presença da Coordenadora do Sistema das Nações Unidas, a Senhora Ulrika Richardson-Golinski (foto em ciima), do Representante da OMS a. i., Dr. Ambrósio Disadidi e de destacadas figuras, nomeadamente o Dr. Jorge Sampaio, Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para a Luta Contra a Tuberculose e ex-Presidente da Répública Portuguêsa, o Comandante Pedro Pires, Comissário da West African Commission on Drugs e ex-Presidente da República de Cabo Verde.

No decurso da sua importante intervenção na sessão solene de abertura, o Dr. José Maria Neves garantiu que Cabo Verde será um parceiro útil e estratégico na luta contra as drogas e toda a criminalidade conexas, tendo finalmente desejado bons resultados durante os trabalhos.

Organizado pelo Governo de Cabo Verde e a Agência Piaget para o Desenvolvimento (APDES) de Portugal, o evento decorre nos dias 15 e 16 na sala de conferências do Palácio do Goveno, e tem, por finalidade reforçar a cooperação estratégica entre Governos, Organismos Internacionais e as Organizações da Sociedade Civil, no âmbito das políticas de drogas.

É igualmente um espaço de reflexão, onde será analizando o estado das actuais políticas de drogas nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e o impacto que as mesmas têm gerado nos domínios da Saúde, da Justiça social e da Economia.

Eventos paralelos tiveram lugar nos dias 14 e 17 do corrente mês, designadamente uma Mesa-Redonda sobre “Políticas de Drogas e Direitos Humanos”, que contou com a participação de representantes de Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo-Verde, Brasil e Portugal, bem como um “Workshop”, nas instalações da Plataforma das ONG’s de Cabo-Verde, onde foram abordados vários temas.

O Representante a. i., da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Ambrósio Disadidi, apresentou à plenária um tema em “Power-Point” intitulado: “Politicas de Drogas – Apontamento para uma abordagem compreensiva”, onde ressalta a droga como uma ameaça para a saúde pública mundial, bem como a problemática do uso nocivo do alcool.

Recordou que o abuso das drogas é um problema plurifactorial e multidimensional, que constituem uma ameaça para a saúde pública mundial, condição esta que exige uma abordagem faseada/estruturada.

Disse ainda que os problemas de saúde que acarretem o uso abusivo das drogas é um desafio para a OMS no contexto das Doenças Não Transmissiveis (DNT), cuja atenção especial é bem merecida.

Afirmou que a primeira etapa importante é a estimação da magnitude do problema, impondo-se para isso o controle apropriado das intervenções, existência de um sistema de informação eficaz, seguro e facilmente acessível, bem como a existência de recurso aos métodos tanto directos (comportamento do consumidor) quer indirectos (vigilância dos indicadores de comportamentos anti-sociais associados ao abuso de drogas ou problemas de saúde resultantes.

Disse ainda que a prevenção tem que ser o elemento-chave de qualquer programa eficaz contra o uso abusivo de drogas e que a droga pode tornar-se um pesadelo para os sistemas de saúde e justiça penal, particularmente para os países de rendimento médio ou baixo.

Conforme anunciou, os objectivos relativos à prevenção dos problemas associados à droga são geralmente fixados na base de 3 parâmetros: Oportunidade, Viabilidade e Natureza do Problema.

O Represente da OMS a. i., Dr. Disadidi, disse a concluir que as políticas que sustentam a prevenção do uso abusivo de drogas e os métodos utilizados devem ser compatíveis com as realidades sanitárias, sócio-culturais, económicas e políticas das colectividades onde elas são ou serão implementadas. Os agentes de saúde têm que beneficiar do reforço das suas capacidades para facilitar a deteção e o tratamento precoce de casos de farmacodependência, afirmou.

Concluiu dizendo que a vigilância contínua da natureza e da magnitude dos problemas na comunidade e a avaliação da eficiência do programa são elementos essenciais para o monitoramento da utilização dos recursos disponíveis para o efeito.

Conferência Internacional sobre as Políticas de Drogas nos Países Africanos de Língiua Oficial Portu

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