Maputo, 18 de Novembro de 2014 – “Porque a prestação de Cuidados de Saúde Primários centrados na Promoção de Saúde e prevenção de doenças são a Principal missão do nosso Ministério, tendo em conta que o Tracoma e suas consequências são uma importante causa de morbilidade e de incapacidade humana, (…), é com grande satisfação que o Ministério da Saúde acolhe esta iniciativa e congratula a todos (…) com especial destaque para o Queen Elizabeth Diamond Jubilee TRUST”, disse o Ministro da Saúde, Dr. Alexandre Manguele.

O Ministro da Saúde falava em Maputo, no dia 14 de Novembro de 2014, por ocasião do lançamento do Fundo do Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth para a luta contra o Tracoma em Moçambique. Moçambique é um dos 55 países do mundo em que o Tracoma é considerado problema de Saúde Pública e uma pesquisa recente mostrou que 1/3 das crianças com menos de 9 anos de idade, no norte de Moçambique, têm tracoma. 

Esta iniciativa baseia-se num programa de grande escala de cirurgia, distribuição de antibióticos, limpeza facial e iniciativas de melhoria ambiental. Esta estratégia endossada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), já foi testada e já produziu fortes resultados noutros países como o exemplo do Gana.

A mesma tem como objectivo eliminar o Tracoma como problema de Saúde Pública até 2020. “Sim é possível atingir a eliminação”, respondeu o Presidente da Coligação Internacional para o Controlo do Tracoma (ICTC), quando perguntado pela Rainha se era possível a eliminação? A ICTC congrega vários parceiros internacionais incluindo a (OMS).

Com base nos resultados encontrados, o Ministério da Saúde de Moçambique e os seus Parceiros de Implementação – ENVISION (através da RTI), “Queen Elizabeth Diamond Jubilee TRUST”, iniciou a Administração Massiva de Azitromicina a 16 Distritos, sendo 11 da Província de Niassa e 5 de Cabo Delgado. Prevê ainda iniciar campanhas de cirurgias de Triquíase como parte das acções para o controlo do Tracoma e seus efeitos na comunidade.

Esta iniciativa a ser implementada pelo Ministério da Saúde e parceiros e coordenado pela coligação Internacional para o Controlo do Tracoma (RTI) irá fornecer mais de 6.000 cirurgias em quatro províncias moçambicanas nomeadamente Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia, todas localizadas no norte e centro- norte de Moçambique, para restaurar e melhorar a visão das pessoas afectadas. 

Falando em nome do Alto comissário da Grã - Bretanha em Moçambique, a senhora Joana Kuenssberg, disse que “este trabalho para combater o tracoma é um grande exemplo de como a intervenção na fase precoce pode transforam vidas e o Reino Unido tem bastante orgulho de ser capaz de apoiar estes esforços em Moçambique” 

Por seu turno o representante interino da OMS em Moçambique Dr. Ambrosio DISADIDI, disse que “o Tracoma, lentamente e dolorosamente, priva pessoas da sua visão com infecções repetidas e raspagem da córnea que causa cegueira irreversível. Mulheres, tradicionalmente provedoras de cuidados dentro da família são quase duas vezes mais propensas que os homens de desenvolver cegueira por causa do Tracoma”.

A OMS concluiu uma Aliança Internacional das partes interessadas a trabalhar juntos para a eliminação Mundial do tracoma, denominada GET 2020 (Aliança para Eliminação Global do Tracoma até 2020). A GET 2020 apoia e colabora com a OMS na realização de atividades essenciais, tais como a avaliação epidemiológica, incluindo a avaliação rápida e mapeamento, implantação de projetos, coordenação e monitorização, vigilância das doenças, mobilização de recursos e avaliação do projeto. Está aberta a todas as partes - governos, organizações internacionais e Organizações Não Governamentais - que estão dispostas e prontas para contribuir para os esforços internacionais de eliminação da cegueira por causa do Tracoma.

A OMS estima que cerca de 1,3 milhões de pessoas, no mundo, estejam cegas devido ao Tracoma, e 1,8 milhões tem deficiência visual, e destas, 90% encontram-se em Países em Vias de Desenvolvimento, sendo a Triquíase Tracomatosa a causa directa da cegueira. 

FIM/

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