Governo Não Recomenda a Utilização de Túneis de Desinfecção – Como Medida Preventiva da COVID-19 em Moçambique

Governo Não Recomenda a Utilização de Túneis de Desinfecção – Como Medida Preventiva da COVID-19 em Moçambique

Maputo, 22 de Maio de 2020 – O Governo de Moçambique não recomenda a utilização de túneis de desinfecção de pessoas para o combate à COVID-19 revelou, hoje, em Maputo, o Ministro da Saúde, Professor Dr. Armindo Tiago, durante a Conferência de Imprensa diária de actualização da COVID-19.  

Apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) nunca ter recomendado a instalação de túneis de desinfecção para a prevenção da COVID-19, em Moçambique, vários agentes económicos, individualidades e instituições tomaram a iniciativa de instalar túneis de desinfecção à entrada dos locais de trabalho, mercados, fronteiras, Unidades Sanitárias, entre outros locais. Este processo teve como base as experiências dos outros países tais como a China, Índia, Malásia, Bósnia Herzegovina, Argentina, México, Paquistão, Colômbia e Albânia.

Esta iniciativa foi adoptada com a intenção de combater a pandemia, no País”, disse o Ministro da Saúde, acrescentando que o Governo de Moçambique, através da Comissão Científica, fez uma revisão bibliográfica “e chegou à conclusão que a utilização de túneis de desinfecção, longe de proporcionar uma protecção adequada em relação à COVID-19 podem, eventualmente, causar danos à saúde”.  A Comissão Científica é um órgão estabelecido pelo Chefe de Estado, constituído por especialistas de várias áreas, cuja função é de dar recomendações ao Governo sobre as medidas a tomar, na prevenção e combate à COVID-19.

Prosseguindo, o Professor Armindo Tiago explicou que a utilização de túneis de desinfeção dava a sensação a muitas pessoas de que uma vez passado pelo túnel o indivíduo era imune à infecção, além da tendência de as pessoas que passam pelos túneis de desinfecção negligenciar as outras medidas de prevenção e combate à COVID-19.

Para o Ministro da Saúde, “a evidência científica sugere que, contrariamente à crença actual, os túneis de desinfecção não protegem e nem matam o coronavírus. Qualquer pessoa que passa por um túnel de desinfecção continua com a mesma probabilidade de transmitir ou de ser infectado pelo novo coronavírus”. 

Por outro lado, as substâncias químicas usadas nos túneis podem causar danos na pele, nos olhos e nas vias respiratórias. “As substâncias químicas usadas nos túneis podem entrar para a mucosa das vias respiratórias e desencadear um processo inflamatório. Este facto condiciona que as pessoas possam ter maior sensibilidade quer à infecção por outras doenças respiratórias, quer na eventualidade de apanharem a COVID-19 terem mais complicações”, frisou o Professor Armindo Tiago. 

Outrossim, as substâncias químicas utilizadas, também, irritam a mucosa dos olhos. Uma vez que a COVID-19 se transmite pela mucosa dos olhos, a irritação desta torna-a numa porta de entrada para a infecção pelo coronavírus. Finalmente, as substâncias químicas usadas e, sobretudo, de forma contínua, podem causar irritações cutâneas e, nalgumas pessoas, provocar alergias. 

Por estas razões, a comunidade científica internacional é unânime em afirmar que, até o momento, a evidência científica não apoia a utilização dos túneis de desinfecção”, concluiu o Ministro da Saúde.

A Representante da OMS em Moçambique, Dra. Djamila Cabral, reagindo a este facto disse que “em defesa da Saúde Pública, o Governo tomou uma decisão acertada e oportuna, uma vez que a mesma se baseia em evidências científicas.  Como sempre disse, estamos disponíveis para apoiar o Governo na tomada de decisões cientificamente comprovadas”.

É importante que todos, sem excepção, nos previnamos do COVID-19, através da tomada de medidas simples, no nosso dia-a-dia.  Estas incluem lavar, regularmente, as mãos com água e sabão; tossir com o cotovelo dobrado “em V” em frente da cara ou tapando o nariz e a boca com um lenço de papel e deitando, sempre depois do uso, o lenço de papel num balde de lixo com tampa; manter uma distância social de pelo menos um metro, especialmente, se a pessoa estiver a tossir; evitar tocar os olhos, nariz e a boca e procurar a atenção médica o mais cedo possível, se a pessoa tiver febre ou tosse ou se estiver com dificuldades para respirar.


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Parte técnica: 
Dr. Israel Gebresillassie
                                             Dra. Sinésia Sitao
Programa de Emergência, OMS Moçambique       Programa de Emergência, OMS Moçambique 
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Comunicação
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                                                            Helvisney Cardoso
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