Dia Mundial da Segurança do Doente 2021

Mensagem da Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África                               

O Dia Mundial da Segurança do Doente, lançado em 2019, é celebrado todos os anos a 17 de Setembro, com o objectivo de sensibilizar para a importância dos cuidados centrados nas pessoas, e a prevenção dos danos causados aos doentes.

O tema para 2021 é "cuidados maternos e neonatais seguros", com uma campanha para "agir agora para um parto seguro e respeitador".

Isto é muito pertinente na Região Africana, em que se contam, em termos mundiais, cerca de 7 em cada 10 mortes maternas e 1 em cada 3 mortes de recém-nascidos. As principais causas de morte entre as mulheres grávidas e as mães são a hemorragia pós-parto, as doenças hipertensivas e a sépsis. Entre os recém-nascidos, as principais causas de morte incluem o parto prematuro, os bebés que não recebem oxigénio suficiente durante o parto, e as infecções.

Muitas destas mortes poderiam ser evitadas ao garantir que os pacientes se sentem seguros, respeitados, e que as suas necessidades são ouvidas e atendidas, e ao dotar os profissionais de saúde dos conhecimentos, competências e ferramentas necessários para tomar medidas que salvam vidas.

As mulheres, em particular, são confrontadas com uma série de desafios enquanto pacientes. Enfrentam abusos físicos e verbais, e a exclusão da tomada de decisões sobre os seus cuidados. Por exemplo, durante o parto, é muitas vezes negada às mulheres grávidas a escolha de ter um(a) acompanhante presente, ou de dar à luz na sua posição de parto preferida. Os direitos dos recém-nascidos, por exemplo o direito a cuidados de qualidade, não são geralmente protegidos.

Durante a pandemia, algumas pessoas têm evitado procurar cuidados nas unidades de saúde com medo de contrair COVID-19 ou outras doenças infecciosas. Para combater esta hesitação, os sistemas de saúde devem trabalhar no sentido de criar confiança no seio das comunidades, e investir mais em boas práticas de prevenção e controlo de infecções. Isto implica investir no acesso a sistemas de água potável, saneamento e eliminação de resíduos médicos, fazer formações regulares de reciclagem com os profissionais de saúde, e garantir que estão disponíveis quantidades suficientes de luvas, máscaras e outro equipamento de protecção.

Os cuidados devem ser prestados com compaixão e respeito, por profissionais de saúde com as competências necessárias para fazer um bom trabalho, e em ambientes limpos e seguros que previnam a propagação de infecções.

A OMS está a colaborar com os países para que isto aconteça, através da implementação do Plano de Acção Mundial da OMS para a Segurança dos Doentes 2021–2030. Neste contexto, a Etiópia, o Gana, o Maláui e outros países elaboraram estratégias de qualidade nacionais para melhorar as práticas e aumentar a responsabilização.Países como a Namíbia, a Côte d’Ivoire, o Quénia e a Nigéria estão a adaptar os padrões de cuidados da OMS e a reforçar as suas capacidades no âmbito de iniciativas de melhoria da qualidade. O Essuatíni, o Lesoto e o Quénia contam-se entre os países que adoptaram abordagens integradas para uma prestação de serviços adaptada às necessidades dos pacientes.

Ao considerar os pacientes como parceiros na prestação de cuidados de qualidade, os sistemas de saúde irão realizar progressos significativos no sentido da Cobertura Universal de Saúde.

Assim, neste Dia Mundial da Segurança do Doente, exorto todas as partes interessadas – governos, sociedade civil, sector privado, profissionais de saúde e comunidades – a defenderem a segurança do doente e a agirem agora em prol de um parto seguro e respeitador.


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