Pandemia de Covid-19 interrompe os progressos de luta contra a Sida, mas a OMS saúda esforços do governo, parceiros e das comunidades na prevenção e combate à doença.

Drª. Anne Ancia, Representante da OMS em Sao Tome e Principe
WHO/STP
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Pandemia de Covid-19 interrompe os progressos de luta contra a Sida, mas a OMS saúda esforços do governo, parceiros e das comunidades na prevenção e combate à doença.

Anualmente, no dia 1 de Dezembro, a comunidade internacional junta-se para comemorar o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA numa manifestação do seu apoio às pessoas que vivem com o VIH.

No mundo, contabilizam-se 38 milhões de pessoas que vivem com o VIH, dos quais 67% vivem na Região Africana da OMS. Em 2019, foram infectadas mais de 1 milhão de pessoas pelo VIH, representando 60% do total mundial e, 440 mil pessoas faleceram na nossa Região devido a causas associadas ao vírus da imunodeficiência humana.

O tema escolhido para a celebração deste ano apela à “solidariedade mundial e responsabilidade partilhada”, especialmente no contexto da actual pandemia de COVID-19 onde a importância do mundo estar unido, com uma liderança determinada por parte dos governos e das comunidades para sustentar e ampliar o acesso à serviços essenciais, incluindo prevenção e despistagem do VIH e respectivos tratamento e cuidados, tem- se revelado de grande importancia.

Esta pandemia tem desafiado ainda mais os países para que proporcionem estes serviços, à população, e São Tomé e Principe não constitui excepção. Apesar dos progressos realizados pelo país na luta contra o VIH esta pandemia  afectou de forma consideravel o acesso aos serviços. Todos os serviços prestados a nível comunitário foram interrompidos, incluindo os testes voluntários na comunidade, as actividades de comunicação  e de seguimento dos  casos, a interrupção dos testes de carga viral devido à concentração de 100% dos recursos humanos do laboratório nacional de referência no diagnóstico de COVID-19, para apenas citar algumas. As crianças que vivem com o VIH não têm sido adequadamente identificadas para efeitos de tratamento, e o estigma e a discriminação  contra as pessoas que vivem com a doença continuam a constituir barreiras ao acesso a serviços de saúde.

Pese embora esses desafios, o país regista progressos destacando-se a manutenção de uma  prevalência de 0,5% na população em geral, e a prevalência do HIV em mulheres grávidas de 0,2%, e está a dar passos em direção à eliminação da transmissão do VIH da mãe para o filho, devendo para o efeito  documentar este progresso, o que está neste momento a decorrer.  O ano de 2020 constitui assim um marco rumo ao fim da epidemia de SIDA, onde os dados do programa relacionados com o 2019 revelam  que 98% das pessoas que vivem com o VIH estão cientes da sua situação. De entre elas, 96% estão a receber terapêutica anti-retroviral vitalícia.

Neste Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, felicitamos o Governo, aos parceiros e as comunidades que contribuíram para os progressos realizados em matéria de prevenção e combate do VIH no país e que trabalham no sentido de proporcionar o acesso aos serviços durante este difícil periodo da pandemia de COVID-19.

Por exemplo, a campanha de despistagem desenvolvida pela Associação Santomense para a Promoção Familiar – ASPF, ao nivel das comunidades, as acções de sensibilização junto aos praticantes da medicina tradicional que advogam para a eliminação do estigma e à necessidade de adesão ao tratamento contra o VIH.

Para sustentar e acelerar os ganhos obtidos, apelamos ao Governo e aos demais parceiros a juntarem-se com o mesmo grau de urgência e liderança demonstrados na resposta à COVID-19 para aumentarem o seu financiamento interno e a reforçarem os sistemas de saúde.

A solidariedade mundial e reponsabilidade partilhada entre todas as partes interessadas  são fundamentais para  garantir cuidados integrados, de qualidade e centrados nas pessoas, bem como um aprovisionamento ininterrupto de produtos essenciais para os serviços de VIH.

Os direitos das mulheres e raparigas tal como a igualdade de género devem igualmente ser focalizados para pôr fim a novas infecções de VIH entre raparigas e jovens mulheres.

Finalmente, instamos as comunidades, e em particular as pessoas que vivem com o VIH, a serem proactivas nos seus próprios cuidados e a perceberem como evitar a propagação de infecções.

Neste Dia Mundial de Luta Contra a SIDA cabe-nos a nós todos exigir responsabilidade partilhada e solidariedade mundial em prol da manutenção dos serviços de VIH durante a pandemia de COVID-19 e para além dela, neste nosso empenho em atingir as metas da Agenda 2030.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Drª. Anne Ancia, Representante da OMS em Sao Tome e Principe
WHO/STP
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