Sector Privado e Voluntários Jovens Unem Esforços com a OMS e a UE no Combate à Cólera em Angola
Kilamba Kiaxi, Luanda – No coração do município do Kilamba Kiaxi, em Luanda, o Centro Médico Zape Mbundu, liderado pelo Director Pedro Zavelela, está a desempenhar um papel importante na luta contra o surto de cólera em curso em Angola. Aberta em 2001, esta clínica privada acolhe agora um dos primeiros Pontos de Reidratação Oral (ORPs) estabelecidos em Luanda com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e financiamento da União Europeia, através do Departamento de Protecção Civil e Ajuda Humanitária da Comissão Europeia (ECHO).
Os ORPs são unidades comunitárias essenciais que oferecem terapia de reidratação oral salvadora para pessoas com cólera e diarreia aquosa aguda. Funcionam como a primeira linha de tratamento, ajudando a estabilizar os pacientes e a reduzir a desidratação severa enquanto aguardam transferência, se necessário, para Centros de Tratamento de Cólera (CTCs).
Com mais de 24.500 casos de cólera e mais de 700 mortes reportadas desde o início do surto, estes centros descentralizados estão a revelar-se fundamentais para garantir cuidados rápidos e próximos da comunidade.
O ORP instalado no Centro Médico Zape Mbundu destaca o papel valioso que o sector da saúde privada pode desempenhar no apoio à resposta do governo e no reforço da prestação de cuidados de saúde em Angola. “Este é um exemplo claro de como as unidades privadas podem contribuir em situações de emergência de saúde pública,” afirmou Pedro Zavelela, referindo que o seu centro tem colaborado há muito com as autoridades locais.
Importa sublinhar que o ORP é também apoiado por voluntários comunitários treinados, incluindo membros da JUCARENTE, uma associação juvenil com um histórico de colaboração com a OMS em eventos-chave de saúde pública, como o Dia Mundial da Saúde e as campanhas de vacinação contra a poliomielite. “A JUCARENTE oferece aos jovens uma oportunidade de aprender, retribuir e servir as suas comunidades,” afirmou Omotola Akindipe, responsável pelas Relações Externas e Parcerias da OMS Angola. “A energia e o compromisso deles são um dos destaques do nosso trabalho de sensibilização.”
Com o apoio do financiamento da ECHO, a OMS está a expandir este modelo em todo o país, com cinco ORPs já em instalação apenas em Luanda. Estas acções visam reduzir a mortalidade, melhorar o acesso aos cuidados e reforçar a resiliência das comunidades face aos desafios de saúde que o país enfrenta.
À medida que Angola prossegue com a resposta nacional à cólera, esta parceria entre o sector público, clínicas privadas, doadores internacionais e voluntários jovens representa um modelo promissor de acção coordenada e centrada na comunidade.