Roda de Saúde promove debate público informado e participação comunitária

Roda de Saúde promove debate público informado e participação comunitária

A Roda de Saúde, série mensal de conversas públicas promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Universidade Privada de Angola (UPRA), voltou a reunir especialistas, académicos, Governo, Parlamento e parceiros internacionais para debater soluções locais e multissectoriais para os principais desafios de saúde pública. 

Após uma primeira edição dedicada ao papel da enfermagem na redução da mortalidade materna e neonatal, a segunda conversa centrou-se na Doença do Verme da Guiné, sublinhando a urgência de um esforço colectivo para erradicar esta doença negligenciada. 

O especialista em Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS em Angola, Dr. Nzuzi Katondi, defende que erradicar a dracunculose exige unir ciência e saber local, pois ‘‘quando as comunidades são protagonistas, tornam-se vigilantes, protectoras da sua própria saúde e parceiras decisivas na eliminação da doença.’’ 

O encontro deixou claro que a eliminação depende não apenas de intervenções de saúde, mas também de investimento em água potável e saneamento básico, vigilância activa e mobilização comunitária. 

Ainda não existe medicamento nem vacina para esta doença. A solução tem de ser construída localmente, com as comunidades como protagonistas”, afirmou Lúcia Verzotti, representante do Carter Center em Angola. 

Desde 2018, Angola notificou 204 casos de dracunculose, dos quais três em humanos e 201 em animais, sobretudo cães. Embora rara, a doença continua a afectar comunidades rurais vulneráveis. O Ministério da Saúde e os seus parceiros internacionais assumem o compromisso de eliminar a transmissão até 2030. 

“A transmissão está fortemente ligada ao acesso à água potável e ao saneamento básico. O Ministério da Saúde tem um plano estratégico alinhado com outros sectores para atingir a erradicação”, sublinhou Dr. Franco Martins, Chefe do Departamento de Controlo de Doenças da Direcção Nacional de Saúde Pública. 

Inspirada nas tradicionaisrodas de conversa” angolanas, a Roda de Saúde foi criada em Maio de 2025 como um espaço inovador para aproximar especialistas da população, fomentar o debate público informado e fortalecer a literacia em saúde.  

Com cada edição, a iniciativa consolida-se como uma plataforma inclusiva e baseada em evidências, que promove a cooperação entre Governo, sector privado, academia, sociedade civil e parceiros internacionais. Muito mais do que um espaço para debate, é uma ferramenta para transformar conhecimento em acção e reforçar a confiança pública nas instituições de saúde. 

No futuro, espera-se utilizar esta plataforma para ampliar a reflexão sobre outros desafios críticos de saúde pública, reforçando o papel da comunicação aberta e participativa na construção de soluções sustentáveis.  

O caminho para o fortalecimento do sistema de saúde em Angola passa, cada vez mais, pelo diálogo, pela cooperação multisectorial e pelo protagonismo comunitário. 

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Rosa Pedro

Communication Assistant
WHO Angola
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