Benguela, Angola – No âmbito dos esforços contínuos para apoiar Angola na luta contra o surto de cólera e para reforçar os sistemas de saúde regionais, o Representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola, Dr. Indrajit Hazarika, realizou esta semana uma missão de campo às províncias do Kwanza Sul e Benguela. A visita serviu para reforçar a colaboração com as autoridades locais, destacar o apoio descentralizado da OMS em todo o país e acompanhar a visita de alto nível da Vice-Secretária-Geral das Nações Unidas, Amina Mohammed.

A missão iniciou-se no Kwanza Sul, onde o Dr. Indrajit reuniu-se com o Governador Provincial e com o Director Provincial de Saúde. Durante o encontro, a OMS expressou o seu reconhecimento pela liderança da província na resposta à cólera e pelo apoio contínuo ao escritório da OMS em Sumbe. As discussões também abordaram áreas mais amplas de colaboração, incluindo a expansão da cobertura de saúde e o reforço da preparação para emergências.

De seguida, a delegação deslocou-se a Benguela, onde se juntou a uma visita de alto nível liderada pela Vice-Secretária-Geral das Nações Unidas, pela Ministra da Saúde de Angola e pela Coordenadora Residente da ONU, com o objectivo de avaliar os progressos da província na resposta ao surto de cólera. A visita incluiu uma deslocação ao Centro de Tratamento de Cólera do Hospital Municipal de Benguela e uma paragem na clínica móvel de saúde na estação de comboios do Lobito, que está a levar cuidados de saúde a populações vulneráveis ao longo do Corredor do Lobito.

Benguela tem sido uma das províncias mais afectadas desde o início do surto de cólera, tendo chegado a registar mais de 100 casos por dia. Graças à forte liderança do governo provincial, a uma abordagem multissectorial e ao apoio da OMS, UNICEF e outros parceiros, a situação melhorou significativamente. Esta semana, a província registou menos de 50 casos por dia e, em alguns dias, nenhum óbito. O Representante da OMS elogiou os esforços das autoridades provinciais, profissionais de saúde e equipas na linha da frente por esta reviravolta notável.

“Este progresso é resultado directo da liderança local, da boa coordenação e da acção colectiva,” afirmou o Representante da OMS durante a visita. “A OMS orgulha-se de estar ao lado do Governo de Angola — não só a nível nacional, mas com equipas integradas nas províncias como Benguela e Kwanza Sul — a trabalhar diariamente na resposta a emergências e no reforço do sistema de saúde.”

O apoio da OMS a Angola inclui o destacamento de equipas de resposta a emergências, orientação técnica para gestão de casos e vigilância, apoio à coordenação e fornecimento de insumos médicos essenciais. A OMS também facilitou o envio de Equipas Médicas de Emergência de Portugal e da Alemanha para reforçar a resposta em Benguela.

A visita destacou a importância de uma resposta de toda a sociedade à cólera, que não só trate a doença, mas que também aborde as suas causas estruturais: falta de acesso a água potável, saneamento básico e serviços de saúde. O Representante da OMS reafirmou o compromisso da organização em apoiar os objectivos de Angola a longo prazo, centrados na prevenção de doenças, na resiliência do sistema de saúde e na cobertura universal de saúde.

“A cólera prospera onde falta desenvolvimento. Não basta travar este surto — temos de prevenir o próximo. Isso implica investir nos cuidados de saúde primários, no acesso a água e saneamento, e em sistemas de vigilância robustos,” sublinhou o Representante da OMS.

À medida que a resposta continua, a OMS mantém-se como um parceiro-chave do Governo de Angola e continuará a trabalhar lado a lado com os intervenientes nacionais e provinciais para proteger vidas e construir um futuro mais saudável para todos os angolanos.