Luanda, Angola - A Organização Mundial da Saúde (OMS) está a apostar numa abordagem inovadora para travar doenças evitáveis: engajar influenciadores digitais para levarem directamente ao público, através das redes sociais, mensagens de prevenção.

Esta estratégia surge no contexto do surto de cólera que afecta o país desde janeiro de 2025, tendo sido registados 27 609 casos e 769 mortes em 18 províncias. Para além das acções de contenção no terreno, a OMS reconheceu a importância de ocupar o espaço digital com conteúdos que salvam vidas, sobretudo entre os jovens, onde circulam frequentemente informações incorretas.

Entre 15 de Maio e 22 de julho, a OMS lançou a campanha digital "Juntos Contra a Cólera", que contou com a participação de seis influenciadores angolanos: a Dra. Aurea de Carvalho, Carla Morais, Xofela, Leocádia Tamara, Maria Correia e Stela de Carvalho. Foram produzidos e divulgados seis vídeos educativos nas plataformas Facebook, Instagram e TikTok, com conteúdos focados na higiene, no saneamento e na saúde pública.

Os dados de monitorização das páginas sociais da OMS mostram que o impacto foi expressivo: os vídeos ultrapassaram as 600 mil visualizações, com uma média de 3,353 likes, 100 partilhas e 70 comentários por publicação, totalizando mais de 20 mil interações. 

A apresentadora de televisão Stela de Carvalho, que apoiou a iniciativa, destacou a sua importância, afirmando: "Participar nesta campanha foi uma forma de usar a minha voz para salvar vidas". Por seu turno, a influenciadora Xofela reforçou o papel social das redes sociais, sublinhando: "Campanhas como esta mostram que as redes sociais podem ser usadas para o bem comum".

Segundo João Carlos Domingos, assistente de comunicação da OMS em Angola, esta abordagem é cada vez mais necessária: "O digital tornou-se o principal canal de informação para muitos jovens, mas também é onde circulam muitas informações erradas. Precisamos de ocupar esse espaço com conteúdos que salvam vidas".

Com os resultados encorajadores desta campanha, a OMS em Angola pretende alargar esta estratégia a outras áreas da saúde pública, nomeadamente à prevenção de doenças transmissíveis e não transmissíveis, como a malária, a tuberculose, o sarampo e as hepatites.