OMS e Carter Center assinam novo acordo para acelerar a eliminação do Verme da Guiné em Angola
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Carter Center assinaram um novo acordo de cooperação, no valor de 300 mil dólares norte americanos, que garante a continuidade das actividades de combate à dracunculose, doença do verme da Guiné, na província do Cunene. O entendimento reforça o compromisso das duas organizações em apoiar Angola na eliminação desta Doença Tropical Negligenciada (DTN), alvo de erradicação a nível global até 2030.
A assinatura deste acordo foi impulsionada pela longa colaboração e advocacia, com o Ministério da Saúde e a província do Cunene, que foi fortalecida durante a Roda de Saúde, espaço de diálogo público promovido pela OMS em parceria com a Universidade Privada de Angola, que na sua segunda edição destacou a urgência de um esforço colectivo para erradicar esta doença.
O Carter Center é um parceiro histórico de Angola nesta luta, disponibilizando apoio técnico e material para vigilância comunitária, mobilização e sensibilização das comunidades afectadas e fornecimento de soluções práticas como filtros de água e larvicidas, essenciais para interromper a transmissão. Este novo financiamento permitirá, durante 6 meses, ampliar e consolidar as acções em curso, assegurando a vigilância activa de casos, o acompanhamento comunitário, a formação de voluntários locais e a intensificação de campanhas de sensibilização nas zonas mais afectadas.
“Este acordo é a prova de que o diálogo aberto e inclusivo pode transformar-se em compromissos concretos. A Roda de Saúde foi um catalisador para consolidar a parceria e assegurar os recursos necessários para avançarmos rumo a uma Angola livre da dracunculose”, sublinhou Dr. Indrajit Hazarika, Representante da OMS em Angola.
Desde 2018, Angola notificou 204 casos da doença do verme da Guiné, dos quais três em humanos e 201 em animais, especificamente cães. Embora rara, a doença continua a afectar comunidades rurais vulneráveis no Cunene e representa um entrave ao desenvolvimento socioeconómico. A transmissão está fortemente associada ao ambiente, especialmente às fontes de água estagnada que contêm pulgas contaminadas com larvas do parasita, tornando indispensável uma resposta multissectorial, coordenada entre saúde, educação, ambiente, saúde animal e infraestruturas.
Este acordo destaca a importância das parcerias internacionais e da participação comunitária como motores para acelerar o progresso. A continuidade das actividades de erradicação da doença do verme da Guiné representa um investimento financeiro e um passo fundamental para garantir a protecção das populações mais vulneráveis e a construção de comunidades mais resilientes.
A OMS e o Carter Center reafirmam assim o compromisso de apoiar Angola no cumprimento da meta global de erradicar a doença do verme da Guiné até 2030, através de uma resposta multissectorial, baseada em parcerias sólidas e no protagonismo das comunidades locais.