Angola une vozes para proteger a juventude e o futuro contra o tabaco
Sob o lema “Desmascarar a Atracção”, Angola assinalou o Dia Mundial Sem Tabaco com uma cerimónia inspiradora que reuniu autoridades governamentais, parceiros internacionais, profissionais de saúde e crianças. O evento em Luanda foi um apelo colectivo à ação: proteger os jovens e garantir um futuro mais saudável, livre da manipulação da indústria do tabaco.
A nível mundial, o tabaco continua a ser uma das maiores ameaças à saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 8 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao consumo de tabaco, incluindo 1,3 milhões de não fumadores expostos ao fumo passivo. Em África, o cenário é particularmente preocupante, uma vez que mais de 10 por cento dos adolescentes já são fumadores e o número continua a aumentar.
Durante a cerimónia, o Secretário de Estado da Saúde Pública, Prof. Dr. Carlos Pinto de Sousa, destacou a importância da data como um momento de renovação de compromissos: O Dia Mundial Sem Tabaco é uma oportunidade para reafirmarmos o nosso compromisso com a saúde pública e a proteção da nossa população.
A cerimónia incluiu a entrega de prémios aos vencedores do 10.º concurso nacional de redacção e desenho, organizado pelo Instituto Nacional de Luta contra a Droga (INALUD). Sob o mesmo lema da campanha global, “Desmascarar o Atractivo”, a iniciativa incentivou os jovens a expressarem de forma criativa os perigos ocultos por detrás das estratégias de marketing da indústria do tabaco.
Em representação da OMS em Angola, a Dra. Fernanda Alves fez saber que em Angola o consumo de tabaco está a aumentar, especialmente entre os jovens dos 15 aos 49 anos, acrescentando que “os dados globais indicam que 14,3% dos homens angolanos e 1,8% das mulheres angolanas consomem tabaco, e muitos fazem-no diariamente. Esta tendência ameaça directamente a saúde e o desenvolvimento sustentável do país”.
“Produtos com sabores doces, embalagens coloridas e publicidade apelativa são usados para enganar e atrair os jovens. Temos de pôr fim a esta ilusão. recisamos de uma regulamentação mais forte, de políticas públicas firmes e de uma sociedade unida a dizer basta”, afirmou a Dra. Fernanda Alves.
A responsável da OMS alertou ainda para os efeitos ambientais devastadores da produção de tabaco, como a desflorestação, a poluição da água e do ar e a produção de resíduos tóxicos, e reforçou as recomendações da organização para travar a epidemia do tabagismo, incluindo: a) Proibição de sabores e aditivos que tornem os produtos mais atraentes; b) Proibição total de publicidade, promoção e patrocínio, inclusive nas redes sociais; c) Regulamentação do design e das embalagens para reduzir o apelo visual; d) Educação pública contínua, com foco nos jovens, sobre os riscos reais do consumo; e) Aumento dos impostos sobre os produtos de tabaco; f) Acesso mais fácil a serviços de cessação do tabagismo e tratamento de dependência e; e) Reforço da aplicação das leis que proíbem fumar em locais públicos.
A cerimónia terminou com uma homenagem às crianças e aos jovens participantes, reconhecendo o seu papel essencial na construção de um futuro sem tabaco: “A vossa criatividade mostra-nos que é possível sonhar com um mundo sem tabaco. A vossa voz é poderosa. Continuem a falar, a criar, a inspirar. Vocês são a geração que pode mudar o rumo da história”, afirmou a Dra. Fernanda Alves.