Angola Reage com Força face ao Surgimento de Vírus da Pólio

Angola Reage com Força face ao Surgimento de Vírus da Pólio

Em resposta a um recente surto de poliomielite na província de Benguela, Angola lançou uma campanha de vacinação contra a poliomielite. A campanha visa proteger mais de meio milhão de crianças e reafirmar o compromisso do país com a erradicação da doença.

Durante a cerimónia de lançamento, o Dr. Fekadu Lemma, coordenador da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (GPEI) em Angola, afirmou: “Esta campanha é um acto de protecção, solidariedade e esperança para o futuro de Angola. A pólio não é apenas uma ameaça invisível, mas também pode causar danos físicos permanentes, como paralisia.”

Apesar dos avanços significativos desde a interrupção do poliovírus selvagem em 2011 e a certificação de país livre da pólio em 2015, Angola enfrenta agora um novo desafio. O surto resultou em 13 poliovírus confirmados nos municípios de Benguela, Cubal, Dombe Grande e Bocoio.

Em resposta, o Ministério da Saúde, com o apoio da OMS e dos parceiros da Iniciativa Global para a Erradicação da Pólio (GPEI), está a realizar uma campanha intensiva de vacinação porta a porta entre os dias 27 e 29 de Junho, com o objectivo de vacinar mais de 554 mil crianças com menos de cinco anos de idade.

A vice-governadora para a área económica e social de Benguela, Dra. Cátia Katchiuko, reforçou o compromisso do Governo: “Esta campanha é uma manifestação clara da nossa dedicação à saúde e ao bem-estar das nossas crianças. Com o apoio dos nossos parceiros, temos feito grandes progressos, mas sabemos que a missão ainda não está concluída. Erradicar a pólio é uma luta colectiva — e estamos todos juntos nesta causa”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em conformidade com a GPEI, definiu cinco passos estratégicos para garantir o sucesso da erradicação da pólio no país, incluindo: a) Fortalecer a imunização de rotina, com foco nas crianças com zero dose; b) Realizar campanhas de alta qualidade, com monitorização independente e correcções rápidas; c) Reforçar a vigilância da pólio, incluindo a vigilância de paralisias flácidas agudas e a vigilância ambiental; d) Aumentar o envolvimento comunitário, envolvendo líderes locais, religiosos e tradicionais; e) Assegurar a sustentabilidade das ações, integrando as lições aprendidas com a pólio noutros programas de saúde pública.

A campanha de vacinação na província de Benguela insere-se nesta abordagem, devido à sua importância no contexto da resposta ao surto da poliomielite com maior risco de disseminação a nível nacional e internacional, especialmente considerando a sua densidade populacional, o seu histórico de circulação do vírus da pólio e o seu papel como centro logístico para outras províncias.

Para a presente campanha de vacinação contra a poliomielite foram mobilizadas cerca de 5.000 pessoas, entre profissionais de saúde e voluntários comunitários, tendo sido investidos aproximadamente 3,6 milhões de dólares, financiados principalmente pela Iniciativa Global de Erradicação da Pólio, através da OMS e do UNICEF.

Por sua vez, o Representante da OMS em Angola, Dr. Indrajit Hazarika, concluiu: “Como pai, sei que vacinar uma criança é um gesto de amor. É garantir-lhe um direito fundamental e abrir-lhe as portas para um futuro mais saudável e promissor.”

“A pólio não respeita fronteiras, mas a nossa determinação também não deve. Cada criança vacinada é uma promessa cumprida de um futuro livre da pólio. A erradicação da pólio é possível, mas só se todos os níveis de governo, parceiros e comunidades trabalharem em conjunto. Não podemos parar agora. A nossa geração será lembrada por ter tido a coragem de concluir esta missão.”

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Olívio Gambo

Oficial de Comunicação
Escritório da OMS em Angola
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