Angola deu hoje início à Primeira Ronda da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, uma operação de grande escala que visa proteger 6.852.372 crianças menores de cinco anos em todos os 326 municípios do país. 

O lançamento oficial teve lugar no município da Camama, província de Luanda, e contou com a presença de autoridades nacionais, provinciais e municipais, bem como representantes do Sistema das Nações Unidas e parceiros internacionais. 

A campanha, que decorre de 15 a 17 de Agosto, é uma resposta directa à confirmação de 14 casos de poliovírus registados este ano nas províncias de Benguela, Cubango, Cuanza Norte, Huambo, Huila e Bié. Apesar de Angola ter eliminado o poliovírus selvagem em 2011, reconhecimento confirmado oficialmente em 2015, a circulação da doença noutras partes do mundo e a deteção de novos casos no país exigem vigilância constante e acção rápida. 

O Secretário de Estado para a Saúde Pública, Dr. Carlos Alberto Pinto de Sousa, sublinhou a urgência da mobilização: “Esta é uma situação de emergência que exige uma resposta firme e imediata de todo o País. Mobilizámos mais de 50 mil pessoas, entre profissionais de saúde e voluntários, determinadas a não deixar nenhuma criança para trás”. 

A campanha envolve 15.389 equipas de vacinação, supervisionadas por 3.974 técnicos, que estarão no terreno de 15 a 17 de Agosto, em todos os bairros e aldeias, visitando casas, mercados, igrejas e paragens de autocarro para garantir que cada criança receba duas gotas da vacina oral contra a pólio. A segunda ronda está prevista para os dias 5 a 7 de Setembro, com o objectivo de reforçar a a protecção e interromper a transmissão do vírus. 

Segundo a Dra Hege Wagan, Representante Interina do Sistema das Nações Unidas em Angola, esta mobilização representa mais do que uma campanha de saúde: “É um movimento nacional de esperança, responsabilidade e amor. Vamos bater de porta em porta, chegar às zonas mais remotas e garantir que nenhuma criança fique para trás”, declarou, apelando também para o reforço da imunização de rotina e da vigilância epidemiológica para prevenir futuros surtos. 

O Ministério da Saúde e os parceiros, incluindo a Organização Mundial da Saúde, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, a Fundação Gates, Gavi e o CDC, apelam a todas as famílias para receberem os vacinadores e assegurarem que as crianças menores de cinco anos recebam as doses, mesmo que já tenham sido vacinadas anteriormente. 

Erradicar a poliomielite é possível, mas só com a participação de todos. Ao abrir a porta para o vacinador, cada família abre também a porta para um futuro livre da pólio.