PARA A ELIMINAÇÃO DA MALÁRIA: REFORÇO DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICO DA MALÁRIA EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

PARA A ELIMINAÇÃO DA MALÁRIA: REFORÇO DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICO DA MALÁRIA EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Avaliação Externa de Competência para Microscopistas da Malária (ECAMM) Workshop - 09 a 20 de Janeiro de 2023

A malária é uma doença evitável, tratável e curável. No entanto, sem diagnóstico imediato e tratamento eficaz, o paludismo pode progredir para uma forma grave da doença e morte. A Região Africana da OMS suporta uma parte desproporcionadamente elevada do fardo global da doença, tendo acolhido, em 2021, 95% dos casos de paludismo e 96% das mortes. No entanto, os seguintes países africanos fizeram bons progressos e fazem parte da iniciativa de eliminação do paludismo (E2025): África do Sul, Botsuana, Namíbia, Eswatini, Comores, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. A OMS recomenda que os países em processo de eliminação do paludismo disponham de um grupo central de microscopistas especializados, certificados pela OMS, para garantir a qualidade do diagnóstico do paludismo.

O diagnóstico precoce e o tratamento rápido são uma das intervenções críticas para reduzir a mortalidade e a morbilidade da malária. Para assegurar um diagnóstico preciso, a competência de cada microscopista deve ser regularmente avaliada e os seus níveis de competência devem ser certificados. A avaliação da competência deve basear-se na deteção de parasitas da malária, na identificação de espécies de parasitas da malária e na quantificação de parasitas da malária.

São Tomé e Príncipe tem conseguido reduzir a incidência da malária no país nas últimas duas décadas. A incidência anual é atualmente de cerca de 18/1000 habitantes. O país pretendia eliminar o paludismo até 2025, no entanto, tem vindo a registar um número de casos crescente nos últimos três anos:1944, 2730 e 3999, respetivamente para os anos 2020, 2021, 2022. A meta para 2025 parece estar comprometida, principalmente devido ao impacto da COVID-19 e aos efeitos das alterações climáticas.

No contexto da agenda de eliminação do paludismo, a OMS, em parceria com o Fundo Mundial de Luta contra a SIDA, a Tuberculose e o Paludismo, apoiou o Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe na realização de uma Avaliação Externa de Competência para Microscopistas, de 09 a 20 de Janeiro de 2023, a fim de assegurar a existência de um conjunto de microscopistas especialistas no país, certificados pela OMS, que contribuam para a agenda nacional de eliminação do paludismo. Esta foi a primeira vez que São Tomé e Príncipe realizou um tal seminário.

A formação ECAMM de duas semanas, para 12 microscopistas nacionais, incluiu 1 semana de formação de reciclagem e 1 semana de avaliação. A formação e avaliação foram conduzidas por dois peritos da Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar (UCAD), um centro de colaboração da OMS para a malária nos países de língua francófona e lusófona, o Dr. Mamadou Alpha Diallo e o Professor Ndiaye Daouda. Esta ECAMM produziu três microscopistas certificados para o nível 1 ou 2 e nove microscopistas certificados para o nível 3 ou 4. São Tomé e Príncipe, portanto, tem agora três microscopistas certificados pela OMS, o que é uma boa pontuação para um pequeno país insular de cerca de 220.000 habitantes, em comparação com outros países da região.  O professor Daouda Ndiaye, director dos cursos ECAMM reiterou o compromisso da Universidade de Cheik Anta Diop de Dakar, Senegal, em continuar a apoiar São Tomé e Príncipe na sua agenda de eliminação da malária.

A Dra. Françoise Bigirimana, representante da OMS no país, declarou no seu discurso durante a cerimónia de encerramento, que a OMS continuará a prestar apoio técnico para reforçar a capacidade e manter o nível de competência dos microscopistas, e de outros recursos humanos para a saúde, no país. Ela destacou que é essencial ter formações eficazes baseadas em competências, avaliação periódica e monitorização do desempenho na área do diagnóstico da malária e de outras doenças prioritárias no país. A OMS está empenhada em apoiar o país a combater e eliminar as doenças, progredir no sentido da Cobertura Universal da Saúde no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. 

No encerramento do workshop, o Ministro da Saúde, Célsio Junqueira, salientou que a fase final de eliminação é a mais desafiante e exigente, e que é crucial o papel dos recursos humanos para a saúde na eliminação da malária no país, apelando a um maior envolvimento dos microscopistas e outros trabalhadores da saúde. Finalmente, reconheceu a importância da cooperação sul-sul entre países africanos como o Senegal e São Tomé e Príncipe para esta ECAMM.

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Tambudzai Theresa Mutale

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