OMS apoia a formação de futuros médicos em Moçambique

OMS apoia a formação de futuros médicos em Moçambique
@WHO/MOZ/Joelma Pereira
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OMS apoia a formação de futuros médicos em Moçambique

Em Moçambique existem 2.473 médicos, dos quais apenas 778 são especialistas servindo uma população de mais de 30 milhões de habitantes, de acordo com os últimos dados disponíveis. Esse número representa uma taxa de 0,8 médico para cada 10.000 habitantes. A maioria, dois terços, está  a exercer na capital Maputo.

Desde, 2019 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem vindo a apoiar o Instituto de Ciências de Saúde de Tete (ICST), através de fundos do Governo de Flanders financiando actividades, de carácter educativo, tais como o estabelecimento de uma biblioteca virtual, e a reorganização e colocação de equipamentos e mobiliários na sala dos professores, para melhorar o ambiente de trabalho e consequentemente a sua motivação para uma formação de qualidade. Para alem desses apoios, as formações em Cuidados Obstétricos e Neonatais de Emergência beneficiaram numa primeira fase a todos os hospitais de referência da província, como unidades que recebem o maior número de complicações obstétricas e neonatais das unidades sanitárias periféricas. Uma outra área de apoio tem sido o fortalecimento dos comités de auditorias de mortes maternas, perinatais e neonatais.

Dr. Samora Carlos Cote de 45 anos de idade, formador no ICST desde 2008, exerce esta profissão, porque sente uma obrigação moral de formar futuros profissionais de Saúde. Fala da sua motivação “A minha motivação de formar futuros profissionais do sector de saúde, surgi-o desde 2001 a 2007 na altura em que trabalhava nos hospitais. Eu queria dar a minha contribuição para melhorar cada vez mais a qualidade de formação, porque eu fui bem formado em 1999 e gostaria de replicar o que aprendi para as futuras gerações”.

Segundo o formador, a OMS forneceu material de escritório para sala dos professores, televisores para aulas práticas nos laboratórios e computadores para a biblioteca. “A criação da biblioteca virtual e os imobiliários na sala dos professores melhorou as condições de trabalho dos professores e deu uma maior motivação a eles. Os televisores e vídeos de aprendizagem têm ajudado os alunos a melhorar as suas habilidades nos laboratórios e no campo de estágio.  Com este apoio as aulas passaram a ser completas porque os equipamentos permitiram fazer uma ponte de ligação entre a teoria e a prática”. Acrescenta o Dr. Samora.

O estabelecimento de uma biblioteca virtual no ICST consistiu na aquisição de um software de gestão documental (KOHA), tal como na formação do Bibliotecário no uso do sistema e na migração digital à biblioteca virtual. Este representa um mecanismo eficaz para a busca de conhecimentos e investigação em saúde, uma vez que os livros são de difícil aquisição pelo seu preço e disponibilidade no país.

Fideliz Eduardo Charles, estudante de Medicina Geral “Eu sinto que estou a realizar o meu sonho. O curso me ensinou que um Centro de Saúde sem técnico de medicina geral, é um centro que vai funcionar com muitas dificuldades. A minha motivação para fazer este curso está ligada à minha infância e a vontade de ajudar pessoas doentes. Eu sempre quis ajudar o próximo de forma efectiva na área clínica de modo a salvar vidas. Eu sinto que estou em um dos melhores institutos do país, com profissionais altamente qualificados. Eu tenho aprendido muito. Por exemplo eu já sei como prestar primeiros socorros correctamente ” .

O centro tem beneficiado também de apoios de outros parceiros tais como, da UNFPA, DANIDA , USAID e do FUNDO GLOBAL. Estes apoios têm possibilitado a formação de turmas locais para benefício da província de Tete em termos de recursos humanos para trabalhar nos Centros de Saúde dos Distritos. “Recebemos destes parceiros modelos anatómicos, apoio financeiro para garantir a supervisão e acompanhamento dos alunos nos estágios; capacitação dos docentes e tutores de estágios; minibus; equipamentos da cozinha, dentre outros”. Cita Dr. Samora na sala do laboratório do centro.

Apesar dos ganhos logrados com o apoio dos parceiros Dr. Samora cita algumas dificuldades que o Instituto tem enfrentado. “Neste momento o Instituto só conta com os fundos do Estado para garantir as formações. Este défice orçamental influência negativamente o funcionamento pleno das actividades planificadas para aquisição de material didáctico, informático de forma suficiente para o número de alunos e manutenção preventiva dos equipamentos e infraestruturas, tal como no alargamento dos campos de estágio aos centros de Saúde dos Distritos de Maravia, Zumbo e Mutarara, Songo e Angonia”.

Dra. Alicia CARBONELL, Oficial do programa de saúde materna da OMS e ponto focal para este projecto  “A prática clínica é de extrema importância, pois ajuda a preparar as (os) estudantes para os papéis e responsabilidades que terão na sua profissão. Fornece-lhes a oportunidade de aplicar os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos na sala de aula e no laboratório humanístico para ganhar confiança e se tornarem mais competentes. Então é necessário apostar em campos de estágios que reúnam as condições materiais e humanas para uma prática de qualidade”.

É essencial apostar na formação dos jovens no ICST porque vão contribuir para melhorar os cuidados de saúde materno-infantil através duma formação de qualidade e com a admissão imediata no sistema de saúde publica.

Dr. Samora defende que “A qualidade de formação dos estudantes não depende somente do ICST, mas também do nível de preparação no ensino geral, portanto vamos todos unidos elevar a qualidade de formação dos nossos futuros profissionais. A ética e deontologia profissional é fundamental ao pessoal de saúde e não só para garantir a humanização necessária”.  

O formador acrescenta aconselhado aos profissionais recém-formados de aderirem aos cursos de especialização em cuidados intensivos, instrumentação e anestesiologia que o Ministério de Saúde  está fornecendo.

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