Cabo Verde, Maurícia e Seicheles eliminam o sarampo e a rubéola

Cabo Verde, Maurícia e Seicheles eliminam o sarampo e a rubéola

Brazzaville, 18 de Novembro de 2025 — Numa importante conquista em matéria de saúde pública, Cabo Verde, Maurícia e as Seicheles foram certificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como tendo eliminado o sarampo e a rubéola, tornando-se os primeiros países subsarianos a atingir este marco.    

Os três países juntam-se a 94 e 133 outros países a nível mundial que a OMS verificou terem eliminado o sarampo e a rubéola, respectivamente. O sarampo e a rubéola são vírus altamente contagiosos transmitidos pelo ar. O sarampo pode resultar em complicações graves e morte, especialmente em crianças pequenas. A rubéola pode causar defeitos congénitos irreversíveis se a infecção ocorrer durante a gravidez. Ambas as doenças podem ser prevenidas por vacinas.  

Os resultados alcançados pelos três países seguem a recomendação da Comissão Regional de Verificação para a Eliminação do Sarampo e da Rubéola, que se reuniu em Joanesburgo, na África do Sul, em Outubro de 2025. Depois de analisar dados programáticos e de vigilância exaustivos, a comissão confirmou que os três Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento interromperam a transmissão endémica de ambos os vírus durante mais de 36 meses, mantendo simultaneamente sistemas de vigilância de doenças de elevada qualidade capazes de detectar e conter rapidamente quaisquer casos importados.  

“Trata-se de uma importante conquista no domínio da saúde pública. Parabéns a Cabo Verde, à Maurícia e às Seychelles por este importante marco nos nossos esforços colectivos para controlar e erradicar as doenças em África. Mostra o que é possível fazer quando os países colocam a prevenção em primeiro lugar e fazem das vacinas uma prioridade”, afirmou o Director Regional da OMS para África, Dr. Mohamed Janabi. “Temos de aproveitar este sucesso para que todas as crianças em África possam crescer saudáveis e protegidas.”  

Cabo Verde financiou totalmente o seu programa de vacinação desde 1998 e manteve uma cobertura superior a 90% durante duas décadas. O forte empenhamento político na vacinação, especialmente na vacinação contra o sarampo e a rubéola, tem sido fundamental para pôr termo à transmissão local das duas doenças. O país não regista um caso confirmado de sarampo desde 1999. Os últimos casos confirmados de rubéola registaram-se em 2010.  

A Maurícia respondeu a um surto de sarampo em 2018–2019 com esforços renovados de vacinação e vigilância. Até 2024, a cobertura vacinal contra o sarampo, a papeira e a rubéola a nível nacional atingiu 98% para a primeira dose e 96% para a segunda dose. Não foram notificados casos de sarampo desde 2019 e todos os recentes casos suspeitos de sarampo e rubéola foram adequadamente investigados e descartados como casos que não eram de sarampo e rubéola.  

Há mais de 20 anos que as Seicheles mantêm uma cobertura vacinal superior a 95% para as duas doses contra a sarampo, graças a uma vigilância constante, à confirmação laboratorial dos casos e ao rastreio sanitário nos pontos de entrada. O último surto de sarampo foi contido em 2020. Não foram confirmados casos de rubéola desde 2016.  

Desde 2001, os países da Região Africana implementaram estratégias de controlo do sarampo que incluem o fornecimento de duas doses de vacina primária, a realização periódica de campanhas de vacinação em massa, a vigilância intensiva da doença e uma melhor resposta aos surtos, bem como cuidados clínicos para os casos de sarampo. Entre 2000 e 2023, estima-se que tais esforços tenham evitado quase 21 milhões de mortes, uma redução de 79% nas mortes anuais estimadas durante este período.    

Ao longo dos anos, a cobertura vacinal na região tem aumentado. Em 2024, a cobertura vacinal relativa à primeira dose da vacina contra o sarampo-rubéola atingiu 71%, contra 67% em 2022, enquanto a cobertura vacinal relativa à segunda dose aumentou de 43% para 55% no mesmo período. Em 2024, cinco países - Botsuana, Cabo Verde, Maurícia, Ruanda e Seicheles - atingiram o valor de referência de 95% de cobertura vacinal necessário para interromper a transmissão.    

A Parceria na luta contra o sarampo e a rubéola (Measles and Rubella Partnership), da qual a OMS é membro fundador, continua a coordenar esforços para alcançar um mundo sem sarampo e rubéola. Liderada pela OMS, a UNICEF, a Cruz Vermelha Americana, a Fundação Gates, a GAVI, a Aliança para as Vacinas, a Fundação das Nações Unidas e os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América, a Parceria trabalha com os países para aumentar a cobertura vacinal, financiar, planear, implementar e monitorizar campanhas suplementares de qualidade, investigar surtos e fornecer apoio técnico e financeiro para uma resposta eficaz a surtos e apoiar uma rede mundial de laboratórios para o sarampo e a rubéola.

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