A Direcção Nacional de Saúde Pública (DNSP), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do UNICEF, realizou, no dia 29 de Outubro, o evento “Chá de Ideias contra o Cancro do Colo do Útero”, que marcou o lançamento de uma rede de influenciadores digitais dedicada à promoção da saúde pública e ao reforço da adesão à vacinação contra o cancro do colo do útero em Angola. 

O encontro reuniu criadores de conteúdos, profissionais de comunicação e especialistas em saúde num espaço de diálogo orientado para a acção, com foco na promoção da vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV) e na prevenção do cancro do colo do útero. A iniciativa enquadra-se na campanha nacional de vacinação dirigida a meninas dos 9 aos 12 anos, que decorre de 27 de Outubro a 7 de Novembro e tem como meta alcançar 1,9 milhões de crianças em todo o país. 

Para além da partilha de informação técnica e científica, o encontro privilegiou a capacitação dos participantes para a produção de conteúdos claros, responsáveis e baseados em evidência, capazes de combater mitos e desinformação sobre a vacina contra o HPV. Durante o encontro, a Directora Nacional de Saúde Pública, Dra. Helga de Freitas destacou a importância de ‘‘mensagens acessíveis e culturalmente adequadas para apoiar decisões informadas das famílias e das comunidades”. 

Na sequência da iniciativa, os influenciadores envolvidos produziram e disseminaram conteúdos de sensibilização nas suas plataformas digitais, ampliando o alcance das mensagens da campanha nacional de vacinação e contribuindo para o reforço da confiança e da adesão à vacina contra o HPV, em particular entre públicos jovens e urbanos. 

A criação desta rede de influenciadores para a saúde reforça o compromisso da DNSP, com o apoio da OMS e do UNICEF, em adoptar abordagens inovadoras de comunicação para a prevenção do cancro do colo do útero, uma das principais causas de morte por cancro entre as mulheres em Angola. A iniciativa contribui para os esforços nacionais e globais de eliminar o cancro do colo do útero como problema de saúde pública, por meio da vacinação, da comunicação estratégica e do engajamento comunitário. 

Em África, mais de 117 mil mulheres recebem diagnóstico de cancro do colo do útero todos os anos, das quais mais de 76 mil acabam por morrer. Em Angola, os números são igualmente preocupantes: dados do Instituto Angolano de Controlo do Cancro indicam que, apenas em 2022, foram registados 915 casos de cancro do colo do útero, o que corresponde a cerca de 17 % de todos os casos de cancro no país. Estes dados reforçam a importância de estratégias integradas de prevenção, incluindo comunicação eficaz sobre a vacinação contra o HPV e engajamento comunitário, para proteger as mulheres e acelerar os progressos rumo à eliminação desta doença como problema de saúde pública.