Angola lança campanha de vacinação para proteger meninas contra o cancro do colo do útero.
Angola lançou uma das maiores campanhas de saúde pública da sua história: a vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), principal causa do cancro do colo do útero. O objectivo é claro e urgente: proteger mais de dois milhões de meninas com idades entre 9 e 12 anos em todo o país entre 27 de Outubro e 7 de Novembro.
O cancro do colo do útero é uma das principais causas de morte entre as mulheres em idade reprodutiva em Angola, mas pode ser prevenido. As estimativas da OMS apontam para mais de 2.000 novos casos por ano, metade dos quais são fatais. A vacina contra o HPV é segura, eficaz e recomendada pela OMS, oferecendo protecção contra os tipos mais comuns do vírus que causam o cancro do colo do útero. Cada dose administrada representa um escudo contra uma doença que não deveria ceifar vidas.Para alcançar este objectivo, 1.667 equipas do Programa Alargado de Imunização visitarão escolas públicas e privadas, unidades de saúde e comunidades, garantindo que 70% das meninas elegíveis recebam a vacina gratuitamente. A vacina é administrada em dose única, de acordo com as directrizes da OMS.
Esta campanha coloca Angola na vanguarda da Estratégia Global para a Eliminação do Cancro do Colo do Útero, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Cobertura Universal de Saúde.
"Cada dose é uma victória contra a doença, um investimento no futuro e uma protecção para as famílias angolanas", afirmou o Dr. Tomás Valdez, representante interino da OMS.
O lançamento oficial da campanha teve lugar na província do Namibe, onde Diego Zorrilla, coordenador residente interino das Nações Unidas, afirmou: "Angola está a dar um passo histórico para proteger as suas raparigas e garantir um futuro mais saudável”.
A vacinação contra o cancro do colo do útero em Angola é o culminar de 16 anos de preparação e mobilização, envolvendo autoridades nacionais, parceiros da saúde, sociedade civil e sector privado. "Este é um esforço conjunto sem precedentes na história da saúde pública do país. Hoje, estamos a realizar o sonho de proteger as jovens angolanas contra o cancro do colo do útero", afirmou a Ministra da Saúde, Dra. Sílvia Lutucuta. A campanha é também liderada pela Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, que actua como embaixadora nacional, mobilizando instituições, líderes e comunidades para garantir que nenhuma menina seja deixada para trás.
A vacinação contra o HPV faz parte da estratégia global da OMS para erradicar o cancro do colo do útero como problema de saúde pública até 2030, garantindo que 90% das raparigas sejam vacinadas antes dos 15 anos, que 70% das mulheres sejam submetidas a rastreios para detecção precoce e que 90% das mulheres diagnosticadas recebam tratamento adequado.
Nesta operação, liderada pelos Ministérios da Saúde e da Educação, com apoio técnico e logístico da OMS, UNICEF, PNUD, GAVI, União Europeia, Banco Europeu de Investimento e outros parceiros estratégicos, a OMS desempenhou um papel fundamental no apoio ao Governo de Angola na realização de estudos sobre factores sociocomportamentais que influenciam a aceitação da vacina, no desenvolvimento de uma estratégia de comunicação e envolvimento da comunidade e na preparação de microplanos, manuais e documentos de orientação para garantir uma implementação eficaz.
Agora, a missão é clara: informar, mobilizar e agir para vacinar todas as meninas, em todos os lugares. A OMS apela aos pais, professores, líderes comunitários, jornalistas e influenciadores para que divulguem mensagens precisas e incentivem a vacinação.