«A participação comunitária é fundamental para sucesso das estratégias de saúde», realça Representante da OMS

«A participação comunitária é fundamental para sucesso das estratégias de saúde», realça Representante da OMS

Luanda, O Representante da OMS em Angola, Dr. Hernando Agudelo, realçou em Luanda que sem a participação comunitária na promoção da saúde e uma liderança efectiva não se poderá envolver a população de maneira adequada para o combate a doenças, criação de hábitos saudáveis e melhoria da saúde.

O Dr. Hernando Agudelo proferiu estas declarações ao falar sobre boas práticas de promoção da saúde na Região Africana, durante um painel sob o tema «A Promoção da Saúde e a Prevenção como Componentes Essenciais dos Cuidados Primários de Saúde». O painel teve a participação de peritos nacionais e internacionais da saúde, académicos, investigadores em saúde, líderes políticos, empresas privadas e deputados à Assembleia Nacional, sob a moderação do Dr. Raúl Feio,  médico e professor universitário angolano. 
«A participação comunitária é fundamental», acentuou o Representante da OMS, referindo que além do envolvimento das comunidades é necessário incorporar as suas necessidades nos planos de saúde e compreender as questões culturais e antropológicas para o sucesso das diferentes intervenções de saúde pública. «É importante que as comunidades possam compreender as vantagens do seu envolvimento em actividades de promoção da saúde, e que este objectivo pode ser atingido através de uma maior consciencialização, empenho e mudanças positivas no comportamento», acrescentou ele.

Hernando Agudelo considerou ainda que a protecção da saúde é uma questão multissectorial e uma responsabilidade de todos, depois de enfatizar a importância de parcerias entre vários sectores, sob liderança do Ministério da Saúde, para a melhoria dos factores que concorrem para a sua melhoria.

Saudou a criação do Programa de Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário (ADECOS) que está a ser projectada pelo Ministério da Saúde em colaboração com os parceiros e que havia já merecido referências no discurso de abertura deste Congresso, pelo titular da pasta, Dr. José Van-Dúnem. «Creio que esta iniciativa vai ser um bom exemplo para a participação comunitária e multissectorial no processo de promoção da saúde», sublinhou. O Representante da OMS precisou que a criação da rede dos «ADECOS» poderá contribuir especialmente para o sucesso de programas como a prevenção de epidemias, a saúde materno-infantil, a prevenção e controlo do VIH/Sida, da TB, da malária e de outras doenças crónicas não transmissíveis. 

«A criação da OMS em 1948 – sublinhou ainda – também foi um passo em frente na promoção da Saúde, apesar de as bases teóricas para a sistematização desta disciplina terem sido lançadas em 1986 pela Declaração de Otawa. «Estes esforços juntaram países de todo mundo para uma acção coordenada a favor da saúde mundial, implicando o desenvolvimento de competências individuais, acções comunitárias, criação de ambientes favoráveis à saúde e a reorientação dos serviços de saúde, com um foco na prevenção de doenças e não apenas para aspectos curativos», disse ao recordar as diferentes etapas para a valorização da promoção da saúde em todas as políticas de desenvolvimento, como as conferências de Adelaide, Jacarta, México, Nairobi e Helsínquia.

O Representante da OMS apontou boas práticas de promoção da saúde em países da Região Africana da OMS, na linha dos objectivos, metas e das acções prioritárias para a melhoria da saúde de diferentes grupos e à luz da nova estratégia para a promoção da Saúde na Região Africana nos próximos dez anos, aprovada pelo Comité Regional da OMS, em Luanda, em Novembro de 2012.

Por fim, agradeceu a oportunidade oferecida pelos organizadores deste X Congresso Internacional dos Médicos, reiterando que a OMS continuará a ajudar os Países-Membros a implementar e desenvolver acções e planos nacionais de promoção da saúde, assim como a disseminar as boas práticas que mostrem evidências positivas entre as comunidades.

O painel contou com a presença de outros peritos de saúde que falaram sobre a evolução do conceito de promoção da saúde; a promoção da saúde e a intervenção comunitária, e a promoção da saúde no contexto do plano nacional de desenvolvimento sanitário.

Para a Dr. Isilda Neves, da Direcção Provincial de Saúde de Luanda, a criação dos ADECOS traduz «a necessidade de uma coordenação das acções no terreno, envolvendo a comunidade e os serviços de saúde para a melhoria e protecção da saúde, com enfase para áreas vulneráveis e grupos específicos como mulheres grávidas, crianças menores de cinco anos, adolescentes e idosos»

Por seu turno, a Drª Helga Reis, do Ministério da Saúde, considerou a promoção da saúde como uma actividade multissectorial e um dos eixos fundamentais dos cuidados primários de saúde, através de mensagens dirigidas não só às comunidades mas aos próprios profissionais de saúde. «Tanto a Política Nacional de Saúde, como o Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 e o Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário 2012-2025 realçam a importância da promoção da saúde, a criação de hábitos e de estilos de vida saudáveis, a interacção com as comunidades e o bem-estar da população angolana», concluiu ela ao enumerar exemplos de intervenções de promoção de saúde em Angola.

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