O Dr. Sambo propõe acções chave para combater o Ébola

O Dr. Sambo propõe acções chave para combater o Ébola

Cotonou, 5 de Novembro de 2014 – O Director Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África, Dr. Luís Sambo, propôs acções chave a executar por países da Região Africana de modo a combater o surto da doença do vírus do Ébola (DVE) actualmente a decorrer nalguns países da África Ocidental.

As acções incluem o reforço da capacidade nacional de detecção de surtos de DVE, os cuidados prestados aos pacientes, e a necessidade de garantir que as medidas de prevenção e controle das infecções existem em todas as instalações de saúde. As acções também incluem o apelo aos países para o envolvimento precoce das comunidades e para a sensibilização e a informação sobre a DVE, a garantia de que os planos de preparação e resposta nacionais são desenvolvidos e testados, e a criação de centros de tratamento dedicados aos trabalhadores da saúde infectados pelo Ébola nos países atingidos.

As propostas do Dr. Sambo fazem parte de um relatório apesentado durante a 64ª Sessão do Comité Regional para África da OMS, que está a ter lugar em Cotonou, na República do Benim.

O relatório põe em evidência algumas das lições retiradas do actual surto de DVE. São elas a insuficiente sensibilização pública que leva a resistências; a capacidade inadequada de detecção precoce e de resposta rápida ao surto de DVE; a capacidade inadequada de tratamento e de prevenção e controle da infecção; as ligações inadequadas entre as instalações de saúde e as comunidades e a falta de recursos e a inadequada coordenação e colaboração.

O relatório também estipula que os problemas principais com que se deparam os países durante a epidemia em curso estão ligados à tipologia única da epidemia; à sensibilização das comunidades; às crenças e práticas culturais; à fraca capacidade dos sistemas de saúde nos países afectados; à capacidade logística inadequada; à mobilização e coordenação de recursos; às restrições às viagens internacionais; e à equidade e desenvolvimento.

O relatório insta os países a estabelecer um diálogo com os líderes de opinião, a optimizar a coordenação e a mobilização dos recursos bem como a abordar os determinantes sociais da saúde. De igual modo, os países foram exortados a honrar os seus compromissos em relação ao Fundo Africano para as Emergências de Saúde Pública (FAESP).

Durante as suas deliberações os Estados-membros agradeceram aos países e aos parceiros a solidariedade demonstrada para enfrentar o surto de Ébola. Salientaram a necessidade de abordar questões tais como a liderança e a coordenação, a fraqueza dos sistemas de saúde, a estigmatização dos países e das pessoas afectadas pela doença viral de Ébola (DVE), o encerramento das fronteiras e a insuficiente implementação das estratégias e políticas da OMS disponíveis para reforçar os sistemas de saúde.

Em resposta, o Director Regional deixou um apelo aos parceiros, às agências técnicas e às instituições de saúde pública no sentido de participarem activamente nas actividades de resposta à DVE na linha das prioridades identificadas pelos países a nível nacional, fornecendo apoio técnico e financeiro para apoiar os países afectados pela DVE assim como os países onde existe um risco de DVE.

Acrescentou que, do seu lado, a OMS tenciona inter alia apoiar os países a implementarem os seus próprios planos nacionais de prontidão e resposta, a modernizarem e obterem a acreditação dos seus laboratórios nacionais de modo a terem níveis adequados para diagnosticar o Ébola e a trabalharem com a Comissão da União Africana (CUA) para acelerar o processo de criação de um Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças.

A actual epidemia foi agravada pelo alastramento do vírus das zonas rurais para áreas urbanas densamente povoadas. Preocupado com a deterioração da situação, o Conselho de Segurança da ONU declarou recentemente que a epidemia da DVE constitui uma ameaça à paz e segurança intenacional.

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