Primeiro a cólera, depois o ciclone: a OMS e prestação continuada de serviços de saúde

Dra. Nurbai Calu da OMS no centro de Saúde do bairro de Icidua na cidade de Quelimane
@2023/WHO/Andre Perengue
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Primeiro a cólera, depois o ciclone: a OMS e prestação continuada de serviços de saúde

Localizado nos arredores da Cidade de Quelimane os habitantes do bairro de Icidua dedicam-se maioritariamente à pesca. No dia 12 de Março, João tal como os seus vizinhos foram surpreendidos com a segunda passagem do ciclone Freddy. Mortos, feridos, cheias, e a destruição da infraestrutura local foi o resultando de um raro fenómeno meteorológico.  Estas foram as condições ideais para a propagação da cólera.  

No dia 16 de Março, o Ministro de Saúde Dr. Armindo Thiago, presente na cidade Quelimane, numa entrevista ao serviço de radiodifusão internacional da Alemanha Deutsche Welle, afirmou que " se não houver um trabalho conjunto muito sério das autoridades e comunidades a curto prazo, o surto de cólera terá consequências catastróficas. A cólera pode vir a ser um desastre provavelmente maior que o Freddy ". 

Um mês depois da devastação, a Cidade de Quelimane registou 11799 casos de cólera. Destruído pelo ciclone, o centro de saúde de Icidua não teve condições para tratar nem dos doentes com cólera nem daqueles que precisavam de outros cuidados médicos. No total mais de 5,000 pessoas ficaram sem acesso a serviços de saúde no bairro. 

Passados alguns dias, o representante da OMS em Moçambique Dr. Severin von Xylander visitou Quelimane e o posto de saúde de Icidua para verificar os danos e avaliar as necessidades. Rapidamente a OMS doou e instalou tendas para garantir espaços para a prestação de serviços continuados de saúde e o tratamento seguro de doentes com cólera. Com a coordenação da OMS, vários parceiros disponibilizaram uma ambulância para evacuar doentes graves para o Centro de Tratamento de Cólera do Hospital Geral de Quelimane e distribuíram Certeza para que os habitantes do bairro pudessem purificar a água antes de a consumir.  

“Antes de termos as tendas, atendíamos pacientes com sintomas de cólera juntamente com outros, não tínhamos sítio para triagem e nem tínhamos camas para acomodar os pacientes,” diz a enfermeira do centro de saúde Sra. Albertina Buzi que continua: “também já temos ambulância para transferir doentes de cólera. Antes os pacientes graves eram transferidos de bicicleta”.  

Desde que os primeiros casos de cólera foram registados na província do Niassa em Setembro de 2022, o surto a nível nacional espalhou-se por nove províncias de Moçambique, com 26.841 casos e 123 mortes relatadas a 16 de abril.  

Foram destacados para o terreno médicos e epidemiologistas da OMS. Os mesmo estão a liderar o cluster de Saúde e oferecem formação sobre manejo de casos de cólera aos profissionais de saúde. Tanto a OMS como os parceiros do sector de saúde têm prestados apoio técnico e financeiro, na resposta ao surto de cólera. Este apoio inclui também a doação de material médicos, a instalação de centros de tratamento de cólera e a vigilância epidemiológica a nível  provincial e distrital.  

A equipa da OMS em Mozambique apoiou também várias rondas de vacinação oral contra a cólera Mais de dois milhões de pessoas receberão uma dose que as protegerá contra a doença por vários meses. Contudo, a Drª Nurbai Calu da OMS recorda que “apesar da eficiência da vacina, é necessário que seja feito o consumo de água tratada e que medidas de higiene sejam rigorosamente aplicadas para controlar o surto de cólera ”. 

 

Dr. Severin visita o centro de saúde e fala com a enfermeira do centro de saúde Sra. Albertina Buzi
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Centro de Saúde do bairro de Icidua destruído pelo Ciclone Freddy
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Dra. Nurbai Calu da OMS no centro de Saúde do bairro de Icidua na cidade de Quelimane
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