África Austral enfrenta ameaças de doenças agravadas pelas mudanças climáticas através de financiamento do Pandemic Fund
Gaborone, Botswana – Oito países da África Austral – Botswana, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Moçambique, Namíbia, África do Sul e Zimbábue – uniram-se para prevenir, detectar e responder a surtos de doenças antes que estas se disseminem para as comunidades.
A iniciativa de três anos, no valor de 35,8 milhões de USD, “Reforço da Vigilância e Resposta às Doenças numa Perspectiva One Health na África Austral”, coordenada pelo Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde para a África – Hub de Nairobi, procura fortalecer a detecção precoce, capacitar profissionais de saúde e integrar os sectores da saúde humana, animal e ambiental para enfrentar as ameaças de doenças impulsionadas pelas mudanças climáticas.
“Os riscos sanitários e económicos associados a surtos de doenças não respeitam fronteiras”, afirmou Dr. Dick Chamla, Gestor do Portefólio do Pandemic Fund e Director da Área de Preparação para Emergências da OMS AFRO e Coordenador do Hub de Nairobi. “Esta iniciativa dá aos países as ferramentas necessárias para responder precocemente, proteger vidas, meios de subsistência e a estabilidade regional.”
Desde janeiro de 2025, os oito países participantes lançaram actividades de implementação, incluindo a criação de comités nacionais de coordenação para supervisionar a governação do projecto, a selecção de parceiros de implementação, o mapeamento de áreas de alto risco e o início de acções para fortalecer a vigilância, os laboratórios e a capacidade dos profissionais de saúde.
Para consolidar os progressos e catalisar o impacto nos próximos dois anos, a OMS está a organizar o primeiro encontro presencial do projecto, reunindo os países participantes num fórum de dois dias no Botswana. Durante este fórum, os diferentes intervenientes irão partilhar progressos iniciais, promover sinergias entre planos de trabalho nacionais, reforçar a apropriação pelos países e consolidar comunidades sub-regionais de prática em torno das áreas temáticas do projeto.
Construir confiança entre fronteiras é fundamental para o sucesso da iniciativa. As soluções técnicas, por si só, não garantem impacto sustentável sem relações fortes, responsabilidade partilhada e diálogo contínuo entre os países e sectores. Estas parcerias sustentam uma acção rápida e coordenada quando os surtos ocorrem.
“Para nós, em Botswana, é um privilégio acolher este encontro e estar ao lado dos nossos vizinhos no reforço da nossa segurança sanitária partilhada”, afirmou Dr. Fabian Ndenzako, Representante da OMS no Botswana. “A resiliência da nossa segurança sanitária depende da resiliência dos nossos vizinhos. Quando um país detecta precocemente um patógeno, todos beneficiam. Quando um laboratório confirma resultados mais rapidamente, todos encurtam a distância entre o alerta e a acção.”
Para além da preparação para surtos, o projecto pretende fortalecer sistemas, reduzir os custos humanos e económicos das emergências de saúde e reforçar a capacidade da África Austral para proteger as suas populações, fronteiras e economias.