O Maláui reforça a sua resposta depois da detecção de poliovírus selvagem

O Maláui reforça a sua resposta depois da detecção de poliovírus selvagem

Lilongwe – As equipas de resposta a emergências da poliomielite no Maláui estão a reforçar a vigilância da doença e a aprofundar as investigações após o país ter detectado um caso de poliovírus selvagem - o primeiro do género em África desde 2016. A avaliação da extensão do risco e a procura de quaisquer outros casos fazem parte das etapas cruciais de uma resposta eficaz para travar o vírus, e proteger as crianças do seu impacto debilitante.

A Região Africana foi declarada e certificada como livre de poliovírus selvagem indígena em Agosto de 2020, depois de ter eliminado todas as formas de poliovírus selvagem. A análise laboratorial ligou a estirpe detectada no Maláui à que circulava na província de Sindh, no Paquistão, em 2019. 

Em Janeiro de 2022, logo após o Maláui ter recebido os primeiros resultados da detecção do poliovírus, o Ministério da Saúde, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), lançou rapidamente medidas de resposta, recolhendo amostras de fezes adicionais dos contactos do caso índice, enviando-as para uma análise mais aprofundada, e procurando activamente possíveis novos casos. O país declarou um surto de poliovírus selvagem a 17 de Fevereiro, na sequência da confirmação do tipo de vírus. Este é o primeiro caso de poliovírus selvagem no Maláui desde 1992.

Poucos dias após a declaração do surto, foram destacadas no país equipas de peritos para apoiar as medidas essenciais de resposta, incluindo a criação de um sistema totalmente funcional de vigilância ambiental de possíveis casos de poliomielite, que complementa a vigilância clínica da paralisia flácida aguda. Este trabalho incluiu a identificação de locais de águas residuais apropriados para realizar a vigilância ambiental, e a formação de operadores aos níveis nacional e local encarregados de recolher e acondicionar amostras para envio e análise.

A vigilância ambiental dos poliovírus é agora efectuada em seis locais de dois distritos. Nomeadamente no distrito de Lilongwe, que engloba a capital Lilongwe onde o primeiro, e até agora único caso, foi detectado. Os outros locais encontram-se nas cidades de Blantyre, Mzuzu e Zomba.

As equipas de resposta à poliomielite também realizaram uma avaliação do risco, que inclui a investigação detalhada da doença, a avaliação da vigilância epidemiológica, assim como a análise dos factores que podem dificultar ou facilitar as operações de resposta. Além disso, está a decorrer uma campanha de educação e de informação da comunicação social e do público sobre a poliomielite, para que estes possam também notificar quaisquer casos suspeitos.

Para apoiar a equipa de país, foram destacados peritos do Escritório Regional da OMS para a África poucos dias depois do Maláui declarar o surto. A equipa de emergência de seis pessoas inclui um coordenador, um perito técnico e de operações, peritos em vigilância e um gestor de dados. A equipa da OMS está inserida no apoio mais amplo dado ao país pela multi-parceria da Iniciativa Mundial de Erradicação da Poliomielite (GPEI).

“Temos todas as ferramentas e tácticas necessárias para travar com sucesso este surto”, disse a Dra. Janet Kayita, representante da OMS no Maláui. “O Maláui já esteve livre da poliomielite, e pode voltar a esse estatuto rapidamente.  Para o conseguir, é essencial optimizar as operações e garantir agora que a vacina contra a poliomielite, que salva vidas, chega a todas as crianças.”

O Maláui programou uma resposta de vacinação suplementar em massa contra a poliomielite dirigida às crianças menores de cinco anos, usando a vacina oral bivalente contra a poliomielite, recomendada pela OMS e pelos parceiros da GPEI para o poliovírus selvagem (tipo 1). Estão previstas quatro ciclos de campanhas de vacinação contra a poliomielite. Todos os países vizinhos – Moçambique, República Unida da Tanzânia e Zâmbia – foram alertados e estão a planear a realização de campanhas de vacinação.

“A qualidade da campanha de vacinação é essencial para interromper a transmissão do poliovírus entre crianças. Portanto, é fundamental garantir que os ciclos de vacinação cheguem a todas as crianças", disse o vice-ministro da Saúde, o Ex.mo Sr. Enock Phale. “Pedimos a todos os nossos líderes políticos, líderes religiosos e líderes comunitários que apoiem o governo no sentido de encorajar as nossas comunidades a participar nas actividades de erradicação da poliomielite, levando os seus filhos à vacinação de rotina contra a poliomielite.”

O Ministério da Saúde e os parceiros lançaram uma campanha imediata de sensibilização do público, que alerta para a existência do surto, descreve o planeamento da resposta e fornece informações sobre a poliomielite e a vacina.

Os malauianos estão a tratar o surto com a devida urgência.

“Estou pronto a fazer aquilo que for preciso para proteger os meus filhos, incluindo a vacina contra a poliomielite. Não queremos voltar a ver crianças paralisadas pela poliomielite, como acontecia há mais de 30 anos", disse um residente da Área 24, em Lilongwe, que quis manter o anonimato.

A poliomielite é uma doença altamente infecciosa causada por um vírus. Invade o sistema nervoso e pode causar paralisia total em poucas horas, nomeadamente nas crianças menores de cinco anos. A poliomielite é uma doença viral transmitida de pessoa a pessoa, principalmente através da matéria fecal ou, menos frequentemente, por água ou alimentos contaminados, e multiplica-se nos intestinos. Embora não exista uma cura para a poliomielite, a doença pode ser evitada através da administração de uma vacina simples e eficaz.

“O Maláui é agora considerado um país afectado pela poliomielite. Estamos a trabalhar incansavelmente com o governo e os nossos parceiros da GPEI para inverter esta situação. O estatuto livre de poliovírus selvagem da Região Africana da OMS não se alterou. No entanto, o nosso trabalho agora é prevenir rapidamente qualquer propagação do poliovírus selvagem no país e garantir a segurança das crianças", disse o Dr. Christopher Kamugisha, coordenador da GPEI.

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