Entomologista – o expert que faltava na missão para a certificação de eliminação do paludismo em Cabo Verde.
Praia, Cabo Verde - Entomologista, consultor da OMS, está em Cabo Verde em missão para ajudar o país a conseguir a tão desejada certificação de erradicação do paludismo.
Embora Cabo Verde tenha sido premiado recentemente pela OMS pelos ganhos na luta contra a doença – zero casos autóctones nos últimos 5 anos - o especialista camaronês vem colmatar uma das principais lacunas em termos técnicos na luta contra a doença, já que um dos pilares da eliminação é a luta contra os mosquitos transmissores, e um dos principais requisitos é ter um entomologista.
O técnico vai fazer uma avaliação das intervenções da luta anti vetorial nos últimos 5 anos, avaliar no terreno o modus operandi dos técnicos de pulverização. A avaliação no terreno incluiu uma deslocação à Boa vista, umas das ilhas ilha de alto risco de reintrodução do paludismo, onde em 2003 surgiram casos após 33 anos sem a doença.
A chegada deste especialista traz também apoio importante na procura de respostas a questões como identificação dos mosquitos responsáveis pela transmissão da doença, que proporção das espécies de mosquitos se alimentam de seres humanos, fornecimento de informação básica sobre os hábitos e habitats das espécies para fins de planeamento de medidas de controlo eficazes.
Para o especialista a certificação de erradicação do paludismo não uma questão só de eliminar a doença, mas sim que essa eliminação seja durável para assegurar que não haja ressurgimento de casos autóctones como já aconteceu anteriormente.
Cabo Verde pode ser um exemplo a nível continental
“A nível de epidemiológico, fez se muitos ganhos, porque a vigília é muito boa, mas a luta anti vetorial é uma das lacunas que deve ser trabalhada. Embora o país esteja a fazer um esforço enorme, com um forte engajamento a nível político, as equipas no terreno estão bem engajadas, há pequenas lacunas em termos técnicos, logístico e material que devem suprimidos de força duradoura” diz o entomologista camaronês, Jude Bigoga.
Na opinião do especialista em estudo de insetos, se Cabo Verde conseguir a certificação de eliminação da transmissão autóctone será um exemplo para o continente, um sinal que é possível eliminar o paludismo. “Mesmo sendo uma nação isolada no atlântico, será um exemplo para outros países que é necessário criar condições, combater com toda a energia e eliminar o paludismo no continente” diz Jude Bigoga.
Nesta primeira deslocação ao país o entomologista veio identificar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças no processo de certificação de eliminação do paludismo.